São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Poder tucano

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Pedro Malan voltou à habitual serenidade constrangida diante das câmeras de televisão, mas é de fato um novo ministro, de maior poder, com a troca de presidente no Banco Central.
Permitiu-se até comentar, para além da estabilidade econômica, as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros, no SBT:
- Existem problemas, existem dificuldades, que todos conhecemos, nunca as negamos, mas nós achamos que nós, brasileiros, seremos capazes de superá-las.
É certo que foi vago demais para quem já aparenta ser, o que é inédito no governo FHC, o superministro.
*
Também de Pedro Malan, com orgulho tucano:
- Nós conseguimos que não houvesse nenhum tipo de vazamento...
*
Em dia de auto-afirmação dos tucanos, ou de uma parte deles, Tasso Jereissati deu sua contribuição.
Ontem ele surgia na televisão como o primeiro governador a enfrentar a rebelião policial -e talvez aquele que encerre o movimento. Frases do governador cearense, reproduzidas:
- O meu governo não negocia com insurretos e amotinados. O meu governo não negocia com criminosos. Se vierem para o confronto, iremos para o confronto.
Para mostrar que não fala à toa, foi ele quem mandou barrar a passeata dos policiais, anteontem.
E ontem cedo mandou prender os líderes, um da PM, o outro da Polícia Civil. E espalhou que um deles era assassino, que havia ``marginais" entre os manifestantes -e que está contratando 500 novos policiais.
A rebelião policial, que começou com um governador tucano vacilante, termina com um outro, sem medo das baionetas.

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