São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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PF e Aeronáutica reconstituem explosão

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Técnicos do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), órgão do Ministério da Aeronáutica, e agentes da Polícia Federal em São Paulo realizaram ontem uma reconstituição da explosão da bomba que ocorreu no interior do Fokker-100 da TAM no último dia 9.
Não foi revelado o resultado da simulação, que foi feita no hangar da TAM, no próprio avião acidentado -que permanecia isolado à disposição da perícia. Os trabalhos no avião duraram toda a manhã e parte da tarde.
Para a reconstituição, foram "recolocadas" as fileiras de poltronas 17 e 18 -essa última arrancada do avião após a explosão.
"A simulação foi feita da maneira mais perfeita e realista possível", afirmou o tenente-coronel-aviador Juan Enrique Vergara, chefe do Serac (Serviço Regional de Aviação Civil) 4, sem entrar em detalhes a respeito do que foi feito.
Os peritos e técnicos também elaboraram um croqui da movimentação de passageiros no interior do avião. O objetivo era determinar exatamente onde estavam as pessoas antes, durante e depois do momento em que houve a explosão da bomba.
Já se sabe que o professor Leonardo Teodoro de Castro -principal suspeito, segundo a Polícia Federal, que não revela que provas tem contra ele- não estava sentado na fileira 14, como afirmou em depoimento à PF.
Castro estava na fileira 17, provavelmente no banco 17C (do corredor), muito próximo ao epicentro da explosão (poltrona 18D).
Além da simulação, de acordo com Vergara, os técnicos do CTA recolheram pedaços da fuselagem do Fokker que acabaram sendo sugados pela turbina direita da aeronave. Os materiais foram encaminhados aos laboratórios do CTA em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo).
Segundo Vergara, o laudo sobre o caso está praticamente pronto, mas deve ser concluído só no fim da primeira quinzena de agosto.
No meio da tarde, Aeronaútica e Polícia Federal fizeram uma reunião na qual decidiram liberar a aeronave para que a TAM faça as reformas necessárias.
Kramer Caldeira de Moura, irmão do empresário Fernando Caldeira de Moura, única vítima fatal do acidente, esteve ontem na Polícia Federal em São Paulo. Ele foi retirar a valise usada por seu irmão durante o vôo.
O estado de saúde de Leonardo de Castro teve ligeira melhora ontem, mas ele continua internado na UTI do Hospital São Paulo e respira com ajuda de aparelho.

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