São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estivadores aprovam salário menor

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Estivadores do porto de Santos (SP) aprovaram ontem em assembléia a redução da remuneração e das equipes de trabalho da categoria e o aumento da produtividade no terminal portuário privativo da Cosipa, em Cubatão (SP).
A aprovação da proposta adiou a crise que poderia ser desencadeada a partir de segunda-feira, data fixada pela Cosipa para começar a operar em seu terminal exclusivamente com pessoal próprio.
A proposta nasceu em reunião anteontem em São Paulo entre dirigentes sindicais e Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista).
Participaram o secretário estadual do Trabalho, Walter Barelli, o presidente do Conselho de Administração da Cosipa, Aldo Narcisi, e Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas, empresa que é a maior acionista da Cosipa.
O acordo prevê a prorrogação por seis meses do sistema adotado em abril de operação compartilhada dos navios -um por funcionários da Cosipa, outro por estivadores, alternadamente.
Pela nova fórmula, as equipes de trabalho dos estivadores -que ganham por produtividade- serão reduzidas de dez para até cinco homens por navio, conforme o tipo de carga movimentada.
O objetivo é diminuir o custo da mão-de-obra, principal razão pela qual a Cosipa havia decidido dispensar o trabalho dos estivadores a partir de segunda-feira.
A Cosipa estima que, com a introdução de pessoal contratado pela empresa, conseguiu baixar, em média, em 88% o custo com mão-de-obra no terminal.
O acordo firmado com o sindicato prevê a equiparação gradativa do custo da mão-de-obra dos estivadores à da mão-de-obra própria da Cosipa.
Para isso, ficaram estabelecidas metas de produtividade: em dois meses, para o mesmo tipo de trabalho, o custo da mão-de-obra da estiva terá de equivaler a 30% do custo dos empregados da Cosipa; em quatro meses, 60%, e, ao final dos seis meses, 100%.
Se os estivadores não conseguirem cumprir essas metas, perderão navios no âmbito da operação compartilhada: no quarto mês a Cosipa passará a operar dois navios e a estiva um, e, no sexto mês, três navios contra um da estiva.
Ao final de cada período de dois meses, haverá reuniões entre representantes das duas partes para avaliar os resultados do acordo.
O Sindicato dos Estivadores estima que, se todas as metas forem cumpridas, terá ocorrido uma redução de 75% do ganho dos trabalhadores da categoria no terminal.
A diretoria do sindicato defendeu na assembléia a proposta de redução das equipes e da remuneração porque avalia que é fundamental a garantia dos postos de trabalho na Cosipa.

Texto Anterior: Tarifa pública supera a inflação do Real
Próximo Texto: Estivadores aprovam remuneração menor; Metalúrgicos aceitam proposta da GM
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.