São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Enviado dos EUA cancela ida à região

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O cancelamento da viagem do mediador norte-americano para o Oriente Médio à região é um claro sinal das novas dificuldades impostas ao processo de paz.
Segundo o presidente dos EUA, Bill Clinton, o envio de Dennis Ross, que deveria ter saído ontem à noite de Washington para apresentar "novas idéias" às negociações entre palestinos e israelenses, foi adiado em respeito ao luto pelas vítimas das bombas.
A ida do norte-americano ao Oriente Médio refletia a confiança na superação dos impasses ao processo de paz, suspenso há mais de quatro meses. A decisão sobre a viagem de Ross foi tomada à sombra da recente reaproximação entre palestinos e israelenses.
Na segunda-feira, o chanceler de Israel, David Levy, e Nabil Chaath, um dos principais negociadores palestinos, anunciaram uma retomada parcial do processo. Alguns comitês de negociação seriam retomados. As partes, porém, advertiram que o processo de paz ainda estava paralisado.
As relações entre os árabes e os israelenses se deterioraram depois que Binyamin Netanyahu venceu as eleições de 1996 e assumiu o cargo de primeiro-ministro. O governo Netanyahu é sustentado por uma coalizão de direita religiosa, o grupo que se levantou contra os avanços no processo de paz observados durante a administração trabalhista, de esquerda, que antecedeu o atual premiê.
O ápice da crise ocorreu em março, quando os palestinos se retiraram das negociações após os israelenses terem dado início à construção de uma colônia na parte árabe de Jerusalém (leste da cidade).
O status de Jerusalém é um dos pontos mais sensíveis do processo de paz -os israelenses dizem que toda a cidade é sua capital; os palestinos pretendem adquirir o controle da sua porção oriental.
O impasse esteve próximo de se agravar neste mês, quando um conselho municipal de Jerusalém aprovou um plano para outra construção de casas israelenses em Jerusalém oriental.
Dessa vez, porém, o governo de Netanyahu se mobilizou para suspender o plano, o que fez, ao menos temporariamente. O movimento agradou os palestinos e permitiu a reaproximação, tendência verificada até ontem.

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