São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Covas quer emenda para unificar polícias

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas, de São Paulo, defendeu ontem o envio de uma emenda constitucional pelo presidente da República ao Congresso propondo a unificação das polícias Militar e Civil.
Na avaliação de Covas, o primeiro passo nessa direção poderia ser dado na reunião sobre segurança pública convocada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para terça-feira em Brasília.
A reunião, que definirá as bases do programa de modernização das polícias estaduais, é uma resposta do governo federal às crises recentes que envolveram a Polícia Militar em vários Estados.
Além do presidente, têm participação prevista o ministro da Justiça, Iris Rezende, o chefe da Casa Militar da Presidência da República, general Alberto Cardoso, e o secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori.
O governador disse que a crise da segurança pública no país é um problema estrutural que passa pela unificação das polícias Militar e Civil e que não pode ser resolvido apenas por medidas paliativas.
Voltando a pleitear uma emenda constitucional para a desmilitarização do policiamento ostensivo e preventivo, Covas disse que o grupo de trabalho da Secretaria Nacional de Direitos Humanos que está analisando propostas para a reformulação e estudando os fatos mais recentes "talvez abrevie uma decisão nesta direção".
O governador qualificou de "inadequada" a estrutura do sistema de segurança pública, "porque temos duas polícias, uma militar e uma civil, que funcionam concorrentemente".
Covas fez essas declarações após presenciar o leilão de ações da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), na Bolsa de Valores de São Paulo.
Ele deu sua fórmula para o aprimoramento da segurança pública no país: "Eu reestruturaria as instituições voltadas para a segurança, fazendo delas uma instituição de controle civil, mesmo que tenha um corpo fardado, como acontece em vários países do mundo, de tal maneira que se possa regionalizar a polícia e ter um responsável em cada região ".

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