São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Governo quer vincular verbas a vacinação

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde está propondo que a cobertura vacinal passe a ser um dos indicadores para o recebimento de verbas pelos municípios.
"A nova Norma Operacional Básica em Saúde prevê o índice de valorização de resultados. Os recursos globais não serão mais pagos por procedimentos, mas por comprometimento com resultados e atividades", diz Jarbas Barbosa, diretor do centro.
O índice nacional de vacinação de rotina contra sarampo em 96 foi de 79,98%. Além de ser abaixo do recomendado, ele se distribui de forma muito desigual pelo país.
Barbosa calcula que cerca de 3.300 municípios têm vacinação contra a doença abaixo de 95%, com alguns atingindo apenas 50%.
No caso do Estado de SP, o diretor diz que a vacinação indiscriminada de todas as crianças menores de 5 anos no dia 16, aliada a um aumento da vigilância e a bloqueios, vai eliminar o surto.
A vacinação contra sarampo será para todas as crianças somente em São Paulo. Nos demais Estados, apenas aquelas que não estejam em dia com a vacina a receberão.
"Enquanto o vírus do sarampo não for extinto, existe a possibilidade de surtos, mas o que chamou atenção em São Paulo é o fato de termos a epidemia ainda não eliminada", afirmou.
Barbosa afirmou que os surtos da doença no Ceará e na Bahia foram exportados de São Paulo, mas que isso não justifica uma vacinação nacional em massa.
Controlada a epidemia paulista, o próximo passo será monitorar o desempenho das coberturas vacinais no país. Esse trabalho já começou no primeiro semestre deste ano no Acre e em Alagoas.
O ministério discutiu os problemas com esses Estados e os municípios que apresentavam uma cobertura vacinal muito baixa e, juntos, elaboraram uma estratégia de ação para uma vacinação de rotina mais eficiente.
"Queremos fazer isso no país inteiro, Estado por Estado, discutindo com os municípios, para melhorar o desempenho", afirmou.
O diretor diz que é importante garantir que a cobertura seja homogênea no país, nos Estados e dentro de cada município.

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