São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Ministério diz que não tem prazo para relatório

OTÁVIO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O Ministério da Aeronáutica não admite estabelecer prazo para a conclusão do relatório final sobre as causas da queda do Fokker-100 da TAM, que matou 99 pessoas há nove meses em São Paulo.
Segundo a Folha apurou no Ministério da Aeronáutica, a comissão multidisciplinar que investiga o acidente não pretende "atropelar" a realização dos trabalhos por pressão da imprensa ou dos parentes das vítimas do vôo 402.
Ontem, os parentes das vítimas protestaram em São Paulo e cobraram a conclusão do resultado. Eles consideram o relatório importante para exigir indenizações dos que forem apontados como responsáveis pelo acidente. A Justiça Federal já concedeu duas liminares (decisões provisórias) que determinam a divulgação.
Caso a Justiça necessite de um laudo técnico sobre a queda do avião, afirma a assessoria, deve pedir uma perícia paralela.
Segundo o ministério, não há urgência em terminar o relatório porque, nesse tipo de investigação, as medidas preventivas de caráter emergencial são tomadas durante a realização dos trabalhos.
Segundo a assessoria, a primeira versão do relatório, feita pela comissão designada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Ministério da Aeronáutica, já está pronta.
Agora, ela será enviada ao órgão governamental correspondente ao Cenipa na Holanda, onde fica a empresa Fokker, fabricante do avião. É uma exigência de acordos internacionais firmados pelo Brasil. A própria Fokker terá direito de comentar o relatório preliminar.
Depois que for devolvido -não há prazo para isso-, a comissão elaborará o relatório final, que será remetido ao Cenipa e finalmente assinado pelo chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Só então haverá uma palavra oficial do Ministério da Aeronáutica sobre as causas do acidente do vôo 402.

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