São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997 |
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Promotor acusará mais de três policiais
DA REPORTAGEM LOCAL Mais de três PMs serão denunciados pelo Ministério Público sob a acusação de serem responsáveis pelas mortes de três sem-teto na operação de reintegração de posse na Fazenda da Juta, em São Mateus (zona sudeste de São Paulo).O promotor Francisco José Tadei Cembranelli disse que os acusados serão "mais de três", mas não informou quantos. "Da tropa que foi mandada fazer a operação só serão denunciados os que tiveram a sua conduta individualizada." Nessa situação estão o soldado Rui Pinto da Silva, o cabo Carlos Manoel da Costa e o primeiro-tenente Vinícius Paulino. A perícia apontou o primeiro como sendo o autor do tiro que matou o sem-teto Jurandir da Silva. O segundo seria o autor do disparo que matou o sem-teto Crispim José da Silva. O oficial é acusado de ter baleado a perna do sem-teto Leandro Aparecido Ribeiro. As investigações do caso não deverão parar com a denúncia. É que ainda falta identificar o policial que matou o sem-teto Geracir Reis de Moraes. A perícia chegou a cinco suspeitos, mas nenhum deles será denunciado. O promotor descartou a possibilidade de outros membros da tropa que participaram da operação serem denunciados por co-autoria dos homicídios. "Se isso ocorresse, a tropa inteira deveria ser denunciada, o que seria injusto." Além dos três PMs identificados, o promotor poderá denunciar os oficiais responsáveis pela ação. "Há como mostrar quem pode ser responsabilizado pela operação." Para tanto, o promotor está estudando o Manual de Controle de Distúrbios Civis e o plano original da ação da tropa. O documento previa um número de PMs superior ao que foi empregado na ação e o adiamento da operação caso alguns itens do plano não fossem cumpridos, o que não ocorreu. Entre eles estava o reforço de tropas. Nesse caso, estavam previstos dois pelotões de escudeiros da tropa de choque (cada um com 22 homens), uma patrulha com dez cães, 30 policiais da cavalaria e 12 policiais femininas. No dia do conflito, nenhum cão foi mandado. Apenas duas policiais femininas e 17 homens da cavalaria chegaram na hora marcada. Em relação aos escudeiros, só um pelotão chegou, com duas horas de atraso, ao local. O conflito ocorreu em 20 de maio quando a PM foi recebida a pedradas ao tentar desalojar os invasores de um conjunto de prédios. A denúncia do promotor deverá ter quatro laudas e meia e será entregue ao 4º Tribunal do Júri na próxima semana. Também será analisado pelo promotor o caso de uma sem-teto que reconheceu um policial da cavalaria como sendo o autor do tiro que matou o sem-teto crispim José da Silva. A perícia a desmentiu. Texto Anterior: Telesp suspende serviços eróticos; Carro capota e mata 3 em ponto de ônibus; Carreta destrói oficina mecânica em São Paulo Próximo Texto: Arcebispo diz que foi impedido de negociar Índice |
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