São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Francisco Lopes diz que continua no BC

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Francisco Lopes, disse ontem que permanece no cargo e negou divergências com Gustavo Franco, que vai assumir a presidência do banco.
"Vou ficar no banco enquanto os vários presidentes envolvidos considerem que sou útil", disse.
Alkimar Moura, diretor de Normas, confirmou oficialmente sua saída do cargo. "Não sou funcionário público, estou funcionário público e tenho uma opção de saída. Farei isso no momento adequado", afirmou.
O nome do substituto de Moura pode ser anunciado ainda na próxima semana, para ser aprovado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. É provável que o novo diretor de Normas seja um funcionário do BC.
O nome mais cotado é o de Sérgio Darcy da Silva Alves, atual chefe do Departamento de Normas. É tradição dentro do banco que o diretor de Normas seja um funcionário. Loyola foi o primeiro a assumir o cargo, quando ele foi criado.
Uma das tarefas mais importantes que o substituto de Moura terá pela frente será elaborar a legislação que vai coibir a ligação de bancos com instituições não-financeiras. O BC não pode fiscalizar essas instituições, mesmo que elas sejam coligadas a bancos.
Escolha elogiada
No mercado e no próprio BC comentava-se que Lopes estava descontente com a indicação de Franco e que poderia deixar o banco.
O diretor de Política Monetária teria a expectativa de ocupar a presidência do BC. Ontem, ele fez questão de mostrar seu apoio à decisão. "Gustavo Franco foi uma boa escolha", afirmou.
Lopes não poupou elogios à equipe econômica. "Estamos todos convergentes no governo para manter a estabilidade de preços. Existe um compromisso de que não haverá surpresas, principalmente na política cambial."
Ele disse que já aceitou o convite de Franco para ficar no cargo. O diretor de Fiscalização, Cláudio Mauch, também foi convidado e fica no cargo, afirmou Lopes.
Mauch tem como uma de suas metas dar continuidade ao programa de fiscalização bancária, que inclui o funcionamento da central de risco -em que serão cadastrados os clientes (pessoas físicas e jurídicas) que têm empréstimos acima R$ 50 mil.
Sessão de fotos
O presidente indicado do BC permitiu ontem à tarde que os fotógrafos subissem até seu gabinete para fazer fotos. Ele não atendeu ao pedido para que ficasse de pé e disse que aprendeu "todos os truques de fotógrafos com Pedro Malan (ministro da Fazenda)".
Franco confirmou aos fotógrafos que Mauch permanecerá na diretoria do BC. Ele já apresentou a sugestão de quem deve substituí-lo na Diretoria de Assuntos Internacionais para avaliação do ministro Pedro Malan e, posteriormente, para aprovação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O nome deve ser anunciado hoje. Falta apenas que a pessoa aceite o cargo. Franco deve ser sabatinado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, presidida por José Serra (PSDB-SP), na próxima quarta-feira.
O nome de Márcio Cartier, que estava sendo cotado anteontem, é considerado fraco pelo mercado, mas é uma pessoa de confiança de Franco.
Lopes disse ontem que o sucessor de Franco na diretoria de Assuntos Internacionais pode ser alguém do BC. "Acredito que não haverá mudanças importantes e não descarto nada", afirmou.

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