São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Meus filmes não podem falhar'

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

É o próprio Roberto Farias quem diz. Se precisar escolher entre "a revolução estética e o mercado", fica com o último. "Meus filmes não podem falhar. Têm de levar público às salas."
O cineasta de Nova Friburgo (RJ) herdou a filosofia do gênero cinematográfico mais popular que o Brasil produziu, a chanchada.
Começou a carreira como assistente de três mestres da Atlântida, os diretores Watson Macedo, José Carlos Burle e J.B. Tanko.
Em 1957, assinou seu primeiro longa, a comédia "Rico Ri à Toa", com Zé Trindade. Um ano depois, realizou outra chanchada, "No Mundo da Lua".
Quando parecia que iria se especializar em temas leves, surpreendeu. Rodou "Cidade Ameaçada", de 1959, que se baseia na vida do bandido Promessinha.
Desde então, Farias ora flerta com as produções abertamente populares, ora se volta para questões mais densas.
Em ambos os casos, nunca busca "reinventar o cinema" nem rejeita "as influências de Hollywood".
Foi assim que, logo após "Cidade Ameaçada", dirigiu nova chanchada, "Um Candango na Belacap", com Grande Otelo.
Vieram, a seguir, o clássico "Assalto ao Trem Pagador" (de 1962, inspirado em um fato real) e "Selva Trágica" (de 1964, que denuncia a escravização dos colhedores de mate no Mato Grosso).
O diretor fez, ainda, filmes com Roberto Carlos e o polêmico "Pra Frente, Brasil" (1981), thriller político contra a tortura.
Em 1987, depois de "Os Trapalhões no Auto da Compadecida", iniciou o jejum que promete quebrar agora.
(AA)

Texto Anterior: Roberto Farias filma saga de Roosevelt e Rondon na selva
Próximo Texto: BANGUE-BANGUE
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.