São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Bebida impulsionou Romero Britto

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apontado pelo jornal "The New York Times" como um dos mais famosos artistas jovens, Romero Britto atraiu primeiramente a atenção da mídia internacional ao ser convidado em 1989 para criar a campanha publicitária da vodca Absolut.
Seu nome passou a figurar na lista de celebridades que também deram sua contribuição à campanha da bebida -como Andy Warhol, Keith Haring, Kenny Scharf e Edward Ruscha, entre outros.
"Com a reputação da Absolut no mundo das artes plásticas, as coisas começaram definitivamente a acontecer na minha vida", contou o artista, que ainda produziu, em 1995, 11 trabalhos em latas da Pepsi Collection.
Britto só lamenta que seu trabalho seja pouco conhecido no Brasil. Seus quadros estão espalhados em mais de 120 galerias ao redor do mundo e só neste ano sua agenda de exposições foi tomada por 12 eventos -realizados basicamente nos EUA, Japão e Canadá.
Mentalidade
"Gostaria de negociar mais com o Brasil. O problema está na mentalidade do mercado de arte na maioria dos países da América do Sul. Enquanto a minha marchand nos EUA compra a produção de um ano inteiro, as galerias brasileiras querem trabalhar no esquema de consignação", disse.
Nos EUA, os clientes de Britto precisam esperar pelo menos dois anos para adquirir uma de suas peças. Personalidades como o ex-presidente George Bush, a cantora Whitney Houston, o ator Arnold Schwarzenegger, o jogador de basquete Michael Jordan e o herdeiro da família Kennedy, John F. Kennedy Jr., têm obras de Britto em suas coleções.
No Brasil, o presidente Fernando Henrique Cardoso também possui um de seus trabalhos.
Explorando sempre grandes dimensões e cores vibrantes que parecem saltar da tela, os quadros de Britto transmitem a vivacidade, o colorido e o entusiasmo de South Beach. Foi nesse bairro que o artista montou seu ateliê (o Britto Central), em Miami -onde ele mora atualmente com a mulher e um filho de oito anos.
O interesse de Britto por arte nasceu quando ele tinha oito anos e brincava de copiar obras dos grandes mestres dos livros. Aos 16 anos, ele realizou sua primeira exposição, na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Brasília.
Sem nunca ter frequentado uma escola especializada, o artista desenvolveu sua técnica e seu estilo sozinho. "A minha maior inspiração é avaliar a minha trajetória. O que me motiva a continuar produzindo é lembrar do meu passado e pensar no meu futuro", disse o pintor.

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