São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Palestinos pedem troca de gabinete

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Conselho Legislativo Palestino deu um mês ao presidente Iasser Arafat para que ele dissolva seu gabinete e aponte um novo.
A aprovação da resolução, por 56 votos contra 1 (o conselho é composto por 88 deputados), ocorreu depois que uma comissão parlamentar apurou que diversos ministros de Arafat estavam envolvidos em irregularidades.
Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), deve apontar, até setembro, gabinete com "ministros qualificados e experientes", segundo a resolução.
"Esperamos que Arafat responda ao documento que aprovamos porque o gabinete precisa ser trocado. De outra forma, estudaremos medidas para obrigá-lo a nos ouvir", disse o presidente do Parlamento, Ahmed Korei.
Nesta semana, comissão parlamentar, semelhante às comissões parlamentares de inquérito no Brasil, exigiu que Arafat tomasse medidas para deter a "corrupção". O líder palestino se comprometeu a fazer "o necessário".
O relatório da comissão, composta por nove parlamentares, pedia a destituição de todo o gabinete palestino e a acusação formal de ao menos dois ministros.
O titular da pasta do Planejamento, Nabil Chaath, foi acusado de pagar suas contas privadas de luz e água com dinheiro da ANP.
Chaath, além de ministro, é um dos principais negociadores palestinos no processo de paz com Israel. Antes de surgir o escândalo, o negociador havia anunciado, junto com o chanceler israelense, David Levy, a retomada parcial do processo de paz. A retomada foi suspensa depois do atentado de anteontem em Jerusalém.
A comissão parlamentar pediu que o ministro dos Assuntos Civis, Jamil al Tarifi, também seja acusado formalmente.
Os dois negaram as acusações em sessão no Conselho realizada na última terça-feira.
A investigação da comissão se iniciou após um auditor do governo palestino ter descoberto que o equivalente a US$ 326 milhões haviam sido perdidos devido à malversação de verbas públicas.

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