São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Brahma dá lugar ao São João 677

LUIZ HENRIQUE RIVOIRO

Parece coisa do Prince que, depois de mudar seu nome para um impronunciável símbolo, agora decidiu autodenominar-se "O Artista". É mais ou menos a mesma coisa que aconteceu com o bar Brahma, agora São João 677.
Apesar do mau gosto do outdoor que ostenta o nome do bar na avenida São João e dos inúmeros displays, luminosos e bandeiras (isso mesmo, bandeiras) com a marca do novo fornecedor de chope que se espalham pelas paredes, o lugar consegue manter sua vocação de oásis de tranquilidade em meio ao barulho, poluição e violência do centro velho da cidade.
Ou seja, no fundo o espírito do antigo Brahma foi mantido.
Ao deixar para trás as buzinas, o cliente encontra no bar um sinuoso balcão de mármore e madeira escura, bancos altos e macios, um som calmo de piano, uma razoável lista de bebidas e um bem tirado chope das marcas Kaiser e Heineken.
Na dúvida entre qual a bebida pedir, tente pela ordem o Heineken (apesar de mais caro), o bock, o escuro e o claro da Kaiser propriamente dito. Apesar do sabor diferente, não deixam nada a dever ao seu antecessor da marca Brahma. Para acompanhar, porçõezinhas de bolinho de bacalhau, queijos roquefort e provolone, azeitonas chilenas, canapés de tartar, mandioca frita e polenta.
Apesar do clima tranquilo, é ainda preciso alguns ajustes na intensidade da luz, o que deixa o ambiente muito claro, mesmo à noite, para um bar.
Uma vez no bar, é imperdoável uma escapada para o salão anexo do restaurante. Provar algum dos pratos do novo cardápio da cozinha alemã se converte em um verdadeiro passeio no tempo, ao som de tangos e serestas executados por músicos ao piano e violino, em um amplo salão com lustres de cristal.

SÃO JOÃO 677 - av. São João, 677, região central, tel. 223-6720. 400 lugares. Seg. a qui. e sáb.: 16h à 1h. Sex.: 16h às 2h. Dom.: 11h às 16h. CC: todos. Preços: R$ 1,50 (chope) e R$ 10,50 (uísque). Estac. c/ manob. (R$ 7).

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