São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Doença avança entre monógamas

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 40% das mulheres que tomam o coquetel em São Paulo foram infectadas pelo vírus HIV enquanto mantinham um relacionamento com apenas um parceiro.
Essa pode ser a explicação para o crescimento do número de casos de Aids em mulheres, segundo o coordenador do CRT-Aids, Artur Kalichman.
"Como são mulheres que têm apenas um parceiro, elas não se sentem em risco e só chegam ao hospital quando em um estado avançado da doença", diz.
Pesquisa do Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade) da prefeitura mostra que, apesar do coquetel, a mortalidade das doentes mulheres não está caindo como o esperado.
Nos último trimestre, essa taxa foi cinco vezes menor do que a dos doentes homens. Nesse período, morreram 156 mulheres, 8,8% menos do que no 2º trimestre do ano passado. A redução de mortes no caso dos homens foi de 35,6% em relação ao ano passado.
Não é só a taxa de mortalidade que mostra a dificuldade de combater a epidemia entre as mulheres. As estatísticas sobre contaminação confirmam essa tendência.
No ano passado, segundo contagem preliminar, foram contaminados 5.203 homens e 1.972 mulheres. O balanço de 96 ainda não está fechado, mas os técnicos da Secretaria da Saúde afirmam que o número de casos de mulheres contaminadas deve subir. No caso dos homens, a expectativa é que haja queda. (LM)

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