São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Meta é gerar energia elétrica em Cubatão

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O objetivo do governo paulista ao tentar reduzir os índices de poluição do Tietê e do Pinheiros é poder voltar a bombear a água desses rios para a represa Billings, ao sul da Grande São Paulo.
Atualmente, devido ao nível de poluentes nos rios, a água só é mandada para a represa em caso de enchentes em São Paulo e, mesmo assim, somente com autorização do governo estadual.
O plano da secretaria é voltar a bombeá-la regularmente, o que daria à Billings condições de proporcionar o funcionamento contínuo da hidrelétrica de Henry Bording (Cubatão), com capacidade de 800 megawatts, hoje só acionada no horário de pico de consumo.
Além disso, a Billings, que integra o principal manancial da região metropolitana, também abastece de água a Baixada Santista e as indústrias de Cubatão. Influencia até o nível d'água dos emissários de esgoto de Santos.
Com grande volume, cerca de 1,3 trilhão de litros quando cheia, a represa teria a capacidade de diluir os dejetos da água bombeada, depurando-a, caso o nível de poluentes não seja muito elevado.
"Não sei se, um dia, com uma tecnologia nova, o Tietê e o Pinheiros vão ficar limpos de vez. Temos de ser realistas. O objetivo, hoje, não é beber a água ou tomar banho neles. É viabilizar o fluxo de água para a Billings", disse o secretário Hugo Marques da Rosa, da SRH.
"É uma medida paliativa para evitar que a Billings receba grande carga orgânica do Pinheiros", disse José Roberto Campos, professor da Escola de Engenharia de São Carlos (USP) que participou dos estudos do projeto da flotação.
Campos lembrou que, entre a estação de flotação e a represa, mais esgoto cairá na água do Pinheiros. Ele acredita, porém, que o rio terá capacidade de se autodepurar.
"Outro objetivo é mandar água de melhor qualidade para o médio Tietê", declarou Rosa. O rio segue para o interior do Estado e poderia depurar a água recebida na capital.
A instalação de uma estação no rio Tietê, outra no Pinheiros e outra na confluência dos dois permitiria operar o fluxo dos rios tanto no sentido capital-interior como em direção à represa.
(MT)

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