São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Tratam mulheres como homens

DA REPORTAGEM LOCAL

A distinção no tratamento dado a elas é fundamental. Para algumas mulheres, nada é pior do que ser tratada como se fosse um homem.
"Trabalho há sete anos com bandas de música, num ambiente 95% masculino. Com o tempo, eu acabo virando 'brother' (irmão) dos caras", explica a produtora musical Renata Canova, 31.
Ela agora trabalha com os "Virgulóides?", mas já trabalhou com os "Raimundos" e os "Titãs".
"A história se repete: no começo, eles pensam 'finalmente uma mulher!', mas logo eles relaxam no tratamento", diz.
No trabalho, já que agora é "brother", Renata tem que aguentar as consequências.
"Quando a reunião demora muito e acaba em outro lugar, nunca é num barzinho com gente bonita. A gente sempre vai para a sinuca de um boteco qualquer."
Fora do trabalho, a mesma coisa. "Outro dia eles me convidaram para viajar, mas os caras vão no ônibus assistindo filme de sacanagem; imagina, não dá."
Para a coordenadora de eventos Julia Celidônio, 29, muitas vezes o homem trata a mulher como homem porque não tem prática.
"Falta traquejo. O cara não tem irmã, ou não conviveu com mulher no colégio. Não sabe que os interesses delas são outros."

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