São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997 |
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'Estava morta e hoje me sinto normal'
LUCIA MARTINS
"Eu estava quase morta. Melhorei da pneumonia, mas continuava me sentindo tão mal, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Parei de trabalhar, parei tudo." Começou a tomar AZT e ddI. Melhorou fisicamente, mas continuava atormentada pela doença, pela possibilidade de ter uma nova recaída. Procurou um analista, mas não resolveu. "Fazer análise não teve efeito para mim. Tive que aprender sozinha a reagir." Foi o coquetel que fez Laura (nome fictício) aprender a lidar com a doença e voltar a suas atividades. Voltou a trabalhar, a correr no parque Ibirapuera e passou a "esquecer um pouco" da doença. Hoje, ela afirma que está aprendendo a viver de novo. "Muita coisa mudou. Sinto-me completamente normal. Disposta, com energia. Cheguei a zerar meu nível de HIV. A única diferença é que hoje tento me poupar mais como medida de prevenção." Para "se poupar", Laura reduziu algumas horas do trabalho e hoje tem uma vida mais saudável. Cortou o cigarro e o álcool. Pertencente à classe média alta paulistana, Laura está casada há sete anos pela terceira vez. Mora com o marido e os três filhos do primeiro casamento, mas só contou que tem o vírus ao marido. "Acho que isso pode afetar minha profissão e meu relacionamento com filhos e amigos. Não quero sofrer discriminação, optei por ficar incógnita." Para manter o segredo, ela prefere comprar a medicação, por cerca de R$ 4.000 mensais, em vez de pegar gratuitamente na rede pública. Laura diz que não sabe como contraiu o vírus. Texto Anterior: Vendedor engorda e volta a trabalhar Próximo Texto: Latino-americano tem vida saudável até os 25 Índice |
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