São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Casas não exigem prática de pizzaiolo

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma boa notícia para quem está desemprego: a profissão de pizzaiolo não exige experiência.
Em Salvador (BA), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), os salários variam de R$ 300 a R$ 1.000 para quem trabalha em casas de médio porte. No Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), esses números vão de R$ 1.000 a R$ 2.000.
Susan Boek, 32, gerente de desenvolvimento regional do Mister Pizza de São Paulo, diz que a rede tem 112 lojas franqueadas, somando cerca de 800 operadores de pizza -ou pizzaiolos.
"Não é preciso saber sobre a atividade. Na hora do treinamento, dá para moldar a pessoa aos padrões de cada casa."
Juliano Santos, 23, que veio de São Gabriel (BA) e está há mais de dois anos trabalhando na Mister Pizza, é um exemplo. "Fui indicado por um colega, mesmo sem saber fazer pizza. Hoje sou um bom pizzaiolo", conta.
Não é difícil encontrar também quem passou de pizzaiolo a patrão. Foi o que aconteceu com o mineiro Paulo Antônio Paulino, 56, que hoje é dono da rede Pizzaiollo.
Ele trabalhava em uma concessionária quando decidiu ir para os EUA, no início dos anos 60. Lá, foi garçom por dez meses. Voltou para casar. "Quando vi que a situação continuava ruim, retornei."
Quando conheceu a família Ferrara, dona da rede Expresso Pizza, em Lowell (Massachusetts), percebeu que seu negócio era mesmo pizza. "No início, ganhava US$ 70 por semana (cerca de R$ 80). Era um salário ótimo para a época."
Por volta de 68, Paulino voltou para Belo Horizonte e abriu a primeira Pizzaiollo. "Comecei na garagem. Quando o negócio deu certo, mudei-me para a avenida Contorno, a principal da cidade."
Atualmente, ele possui três lojas, que são administradas por cada um de seus três filhos. Mas diz que ainda põe a mão na massa. "Estou sempre visitando as lojas para checar a qualidade. Por isso acabo ajudando um pouco em cada uma."
Antonio Tarallo, 56, faz pizza desde os 8 anos, quando ainda morava em Nápoles (Itália). "Sabe como é família italiana. Todo mundo se ajuda e, no final, só o pai vê o dinheiro", brinca, ao comentar sobre seu salário na época.
Ele conta que foi por volta dos 13 que começou a encarar a função de pizzaiolo como uma profissão. "Percebi que tinha facilidade."
Ele tinha 17 anos quando chegou com a sua família. Foi então que seu pai montou a primeira loja Speranza de São Paulo.

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