São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Respeito ao calendário é o sonho nº 1 de patrocinador

DA REPORTAGEM LOCAL, DA AGÊNCIA FOLHA E DAS REGIONAIS

Os patrocinadores dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro querem um melhor planejamento das tabelas dos campeonatos e apóiam a profissionalização dos dirigentes de futebol do país.
Essas foram as principais conclusões de uma pesquisa inédita realizada pela Folha.
Foram ouvidas 16 das 18 empresas que patrocinam clubes no Campeonato Brasileiro da Série A.
Quatro delas, Parmalat, Excel Econômico, Renner e Hyundai, compraram lugar na camisa de duas equipes. As demais 14 estão ligadas a uma agremiação.
Hyundai (Botafogo e Bahia) e Energil-C (Cruzeiro) negaram-se a responder às questões.
Algumas respostas indicam atritos entre empresa e clubes.
A Brother revelou que "teve problemas" com a cúpula do Guarani, presidido por Luiz Roberto "Beto" Zini, embora ressalte que eles já foram superados.
O levantamento revelou ainda que o patrocínio no Brasil ainda está preso a moldes tradicionais.
Só duas empresas, Parmalat e Excel-Econômico, adotam modelos de co-gestão -a Unicór, apesar de não se meter oficialmente na gestão do Santos, executa ações em parceria com o clube.
Outro ponto revelado pela pesquisa é que mesmo no torneio mais importante do país os clubes encontram dificuldades para encontrar um parceiro econômico.
Uma delas é o Goiás. Apesar de ter chegado às semifinais do Brasileiro do ano passado, só tem renda certa até o final da primeira fase.
Embora seu parceiro, a Arisco, tenha tradição em patrocínio esportivo, deixa claro que só topou o acordo porque, como o time, também tem sua sede em Goiânia.
O América-RN, mesmo voltando à primeira divisão nacional depois de 13 anos de ausência, só conseguiu como fonte de renda uma empresa de promoção de eventos de propriedade de diretores do próprio clube.
Se o América-RN encontrar uma empresa disposta a pagar mais do que R$ 40 mil por mês, a operação de socorro será desfeita.
O São Paulo, embora tenha uma multinacional como aliada, só ratificou o contrato com a competição em andamento.
A enquete mostra ainda que o patrocínio da Petrobrás ao Flamengo, o mais tradicional e de maior torcida no futebol brasileiro, rende proporcionalmente pouco ao clube do Rio.
A estatal, para patrocinar todo o esporte do clube, paga cerca de 25% a menos do que a Bombril, que pode somente associar sua marca ao futebol masculino do São Paulo.
No sul do país, a característica dos patrocinadores foi o silêncio. Renner (Grêmio) e Aplub (Internacional), que estão há muitos no futebol, foram as que deixaram mais perguntas sem resposta.
Por fim, a Parmalat surpreendeu ao dizer que resolveu patrocinar o Palmeiras apenas por "paixão pelo futebol".
A resposta mais original da pesquisa partiu da Salemco, patrocinadora da Lusa.
Ela defendeu a redução do número de jogos transmitidos pela TV como o ponto principal num programa a ser mudado na estrutura do futebol brasileiro.

LEIA a enquete com os pa- trocinadores do Brasileiro à pág. 4-4

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