São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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'Tribunal' do festival condena o embargo

DA REDAÇÃO

A despeito da oposição de grupos como a Freedom House, os norte-americanos formam a maior delegação estrangeira no Festival Mundial da Juventude. São mais de 800 pessoas, que tiveram de "driblar" as autoridades norte-americanas para chegar a Havana -o que valeu uma reportagem elogiosa no jornal oficial do regime comunista cubano, o "Granma".
O evento está sendo tratado como um dos principais eventos do ano em Cuba. Espera-se que Fidel Castro discurse para os cerca de 11 mil participantes até a terça-feira, quando termina o festival. Não estava prevista nenhuma manifestação dos participantes contra a campanha da Freedom House.
O festival é um misto de evento cultural e político. Um dos principais momentos foi a formação de um "tribunal antiimperialismo", na sexta-feira. O auge estava previsto para ontem, quando ele condenaria a "conduta criminosa contra a humanidade" dos EUA -ou seja, a política de embargo a Cuba.
A programação prevê também visitas dos delegados ao interior do país, para "conhecer a realidade cubana", segundo os organizadores. A maioria dos participantes está hospedada em casas de famílias cubanas.
Brasileiros
Cerca de 300 brasileiros foram ao Festival -a maioria militantes do MR-8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro, ligado ao ex-governador paulista Orestes Quércia).
Segundo Mauro Bianco, coordenador nacional da Juventude do MR-8, o principal ponto levado pelos brasileiros às discussões será "a grave crise econômica e a política neoliberal de corte de gastos sociais".
O Festival Mundial da Juventude acontece há cerca de 50 anos, normalmente em países socialistas. O último foi em Pyongyang (Coréia do Norte), em 1989. Mas países neutros, como Finlândia e Áustria, também já receberam o evento.

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