São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997
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Pedidos de móveis dobram em dois anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Cansadas de rechear a casa ou o escritório com móveis modernos, mas iguais aos de sempre, muitas pessoas buscam peças únicas. Esse é um motivo que leva empresas de design a apontar lucros crescentes.
"Os pedidos dobraram nos últimos dois anos", conta Paulo Alves, 31, sócio da Marcenaria Baraúna, que existe há 10 anos.
A Baraúna tem um "showroom" e uma oficina na Vila Madalena, celeiro de lojas e ateliês de São Paulo, e emprega 15 funcionários.
Um dos segredos é a tradição. Os sócios -Paulo, Marcelo Ferraz, 41, e Francisco Fanucci, 45- estudaram com a arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), que projetou o Masp (Museu de Arte de São Paulo), uma das pioneiras do desenho de móveis. "Ela influenciou nosso trabalho, como na valorização da madeira brasileira", diz Ferraz, que trabalhou 15 anos com Lina.
Segundo ele, o forte da Baraúna (árvore típica do Nordeste) são os móveis em madeira "resistentes", que custam de R$ 150 (cadeira) a R$ 1.500 (mesa para seis). São vendidas cerca de 30 peças por mês.
Em 1990, o venezuelano Pedro Useche transformou seu escritório de arquitetura, no Morumbi (zona sudoeste de São Paulo), em loja. "Expunha os móveis que projetava. Quando percebi, o escritório estava tomado por objetos."
Hoje, Useche possui uma metalúrgica e uma marcenaria. Ele e a mulher, Célia, 34, também sócia, não revelam a quantidade de projetos feitos por mês. "Mas o mercado está ótimo", afirma Célia. Só a criação de uma peça, sem a fabricação, fica em torno de R$ 500.
Também arquiteto, Carlos Motta, 45, está há 22 anos no ramo. Atende principalmente empresas. "Elas costumam pedir projetos de mesas de reunião, bancadas e escrivaninhas." Ele emprega 20 pessoas em seu ateliê (São Paulo).
Os irmãos Campana optaram por reduzir custos com material para ampliar as vendas. "Trabalhamos agora com plástico e bambu", conta Humberto, 44, formado em direito e que diz nunca ter feito curso de design. O irmão e sócio, Fernando, é arquiteto.
Uma luminária de bambu, que custa R$ 260, é uma das principais peças, vendendo 15 unidades/mês.
A Campana Objetos, que fica em Santa Cecília (centro), existe há 13 anos e tem dois funcionários.

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