São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Interpol faz mapa de entrada de droga

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A Interpol (polícia internacional) mapeou pelo menos 20 pontos de entrada no Brasil de drogas produzidas em países vizinhos e destinadas ao mercado europeu.
O mapeamento faz parte das investigações que a polícia e a Justiça da Itália realizam sobre as atividades internacionais das máfias italianas.
Sete Estados brasileiros constam do mapa do tráfico internacional: Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Carregamentos de cocaína, heroína e maconha ingressam no Brasil pelas fronteiras com Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai.
Pesquisador do assunto, o juiz criminal Walter Fanganiello Maierovitch afirma que os pontos de entrada das drogas são sempre os mesmos. "A droga chega pelos mesmos lugares. O que muda são as rotas por onde a droga circula até o porto exportador."
Maierovitch preside o Instituto Brasileiro Giovanni Falcone, entidade vinculada à Fundação Giovanni Falcone, na Itália.
Formada por juízes e advogados italianos, a fundação tem como objetivo o estudo e a investigação de assuntos relacionados às máfias da Itália.
Segundo o mapeamento dos pontos de entrada de drogas, Mato Grosso do Sul é o Estado brasileiro mais vulnerável.
Cocaína refinada, pasta de cocaína e maconha entram por sete cidades no Mato Grosso do Sul, a partir da fronteira paraguaia: Ponta Porã, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Porto Murtinho, Dourados, Corumbá e Amambaí.
As "operações casadas" de cocaína e heroína ingressam em território brasileiro pelas cidades de Tabatinga e Vila Bitencourt (AM).
A cocaína e a heroína produzidas na Colômbia entram no Brasil pelos rios que cortam a região.
Os carregamentos de cocaína e heroína também chegam por via aérea, em aviões de pequeno porte, que usam pistas clandestinas abertas em meio à floresta amazônica.
A fronteira com a Bolívia -país que cultiva plantações de folhas de coca, de onde a cocaína se origina- é outro ponto crítico.
A droga que chega da Bolívia ingressa no Brasil por cidades no Acre, Rondônia e Mato Grosso.
A fronteira paraguaia também é rota de entrada de maconha.
A maconha chega em carregamentos com cocaína em pó e em pasta pelo Mato Grosso do Sul e Paraná.

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