São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Divisão do Estado facilita informações

NOELLY RUSSO
DA ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

A divisão do Estado de São Paulo em dois para o controle de transplantes renais aconteceu para que todas as cidades possam acompanhar o padrão de listagem da São Paulo Interior Transplante (Spit), que realiza o "cadastramento inteligente" de rins.
"Uma das principais análises na hora de comparar compatibilidade de doador e receptor de rim é o HLA", diz Agenor Spallini Ferraz, 53. O exame de HLA (antígenos leucocitáveis humanos) analisa especificamente seis antígenos do organismo, que interferem diretamente em caso de transplante. Esses antígenos determinam a probabilidade de rejeição.
"Isso vale principalmente para os rins. O receptor que apresenta compatibilidade com o maior número de antígenos produzidos pelo órgão do doador é o que tem mais possibilidade de ficar com o rim", diz Ferraz.
Mas para que esse tipo de cruzamento seja possível, é necessário que o exame de HLA nos receptores seja feito e que os laboratórios que analisam os soros colhidos dos pacientes estejam preparados.
Atualmente, o exame de HLA não é realizado de forma padronizada. "Nós decidimos fazer o exame aqui para garantir mais possibilidade de sucesso nas cirurgias. Sem esse exame, um transplante de rim corre o risco de ser um tiro no escuro", diz Ferraz.
A Secretaria Estadual da Saúde credenciou os laboratórios dos HCs da USP e Unicamp e a Escola Paulista de Medicina para realizar o exame de HLA.
"São Paulo está dividido em dois para transplante de rim exatamente porque o Estado não é uniforme em seus procedimentos. Todos os renais de São Paulo terão de fazer novos exames para incluir o HLA. Agora, os pacientes farão exames e serão recadastrados ", diz Sergio Pitelli, coordenador da central de Transplantes do Estado de São Paulo. Com o novo credenciamento, as listas com receptores da região 1 (capital, Grande São Paulo e região de Campinas) e região 2 (restante do estado) poderão ser cruzadas.
(NR)

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