São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Classe média recorre aos decoradores

Setor cresce 30% por ano

MAURO TEIXEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O paulistano está gastando mais com decoração. A atividade, que há alguns anos era privilégio de pessoas de alto poder aquisitivo, já abocanha uma fatia maior do orçamento da classe média.
Além do aumento nas vendas verificado em 1996, a transformação pôde ser sentida mais claramente por decoradores e arquitetos de interiores. Muitos deles estão atendendo clientes com um perfil diferente -pessoas que pela primeira vez buscam a ajuda de um profissional para ajeitar a sua casa.
Para o arquiteto João Armentano, 38, uma prova do maior interesse que a decoração vem despertando é o grande número de eventos do setor realizados em todo o país. Ele cita as cerca de 40 mostras de decoração -com destaque para a Casa Cor- que hoje são realizadas em várias parte do Brasil.
"Além disso, em função da insegurança das grandes cidades, as pessoas estão cuidando mais da própria casa", diz Armentano.
Crescimento
O levantamento no primeiro quadrimestre deste ano aponta um crescimento mais tímido das vendas do setor, pouco mais de 10%.
Os segmentos que apresentaram melhor desempenho nos primeiros quatro meses do ano são os de pisos, tapetes e carpetes e peças para banheiro.
Outro indicador que revela o crescimento do setor é o número de funcionários das lojas. A pesquisa revela que lojas de todos os setores aumentaram o número de empregados em relação ao ano passado, com destaque para os segmentos de cozinha (30%), mobiliário (28%), iluminação e banheiro (ambos com 27%).
Apesar de não haver estatísticas mais abrangentes, Botelho diz que decoradores e arquitetos de interiores movimentam, direta e indiretamente, cerca de R$ 4 bilhões por ano em todo o país.
Tabela de preços
Preocupada em mudar a imagem do papel do setor, a ABD (Associação Brasileira de Arquitetos de Interiores e Decoradores) criou uma tabela de honorários mínimos a serem cobrados pelos profissionais.
O que pouca gente sabe é que o decorador pode ser contratado não apenas para desenvolver projetos, mas para dar consultas, com preços acessíveis.
Por R$ 150, por exemplo, o decorador Leonardo Manceñido passa a tarde inteira com o cliente, visitando lojas e orientando a compra de móveis e objetos.
"É importante facilitar o acesso ao nosso trabalho, por isso faço desde apenas o projeto até a reforma e decoração completa da casa", diz Manceñido.

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