São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Americano opta mais tarde

GILBERTO DIMENSTEIN
EM BRASÍLIA

Os americanos não acreditam que o adolescente esteja, de fato, preparado para escolher sua profissão.
O sistema educacional é montado segundo o princípio de que, ao concluir o 2º grau, o estudante ainda deve passar um tempo pensando na melhor escolha -certamente uma das mais importantes da vida de qualquer indivíduo.
Nos Estados Unidos, os estudantes não entram direto na faculdade como no Brasil. Explico: quando você passa no vestibular, automaticamente vai estudar direito, medicina, engenharia etc. Passa cerca de quatro anos estudando matérias intimamente ligadas à respectiva carreira.
Lá, o aluno permanece muito mais tempo na universidade para ganhar uma formação intelectual mais abrangente.
O universitário faz quatro anos num curso básico, estudando os mais variados assuntos. A partir daí, o processo vai se afunilando até chegar à pós-graduação.
Os primeiros dois anos do ciclo básico são introdutórios, e o restante já contém matérias mais adaptadas à carreira que o aluno escolheu. Um candidato a médico deve estudar história, filosofia ou artes, ingredientes importantes para qualquer profissional.
Só depois desse período, ele faz sua carreira. Por exemplo: na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York, considerada a mais importante do país, o curso dura só nove meses.
Nos dias atuais, esse tempo é ainda mais importante. Isso porque, com a as novas tecnologias, surgem novas profissões ou novas práticas de carreiras já conhecidas.
O governo norte-americano publica mensalmente tendência das profissões, indicando quais delas tendem a crescer ou diminuir, tornando a escolha ainda mais madura.
Todos os especialistas em educação e recursos humanos sabem que o principal conselho profissional é o mais simples: o aluno deve gostar do que faz. E, primeiro, deve saber do que gosta.

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