São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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"Ruth" só tem polêmica e humor

MARILENE FELINTO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A questão aqui é saber se Ruth, drogada, prostituída e grávida à beira de mais um aborto, ainda pode ser considerada uma cidadã com direito a liberdade de escolha, de ir e vir, de pensar.
O filme de estréia do diretor Alexander Payne parece essencialmente preocupado em contar uma boa história, com certa dose de polêmica e humor. Isso, de fato, Payne consegue, mas é só.
Há quem exagere e chame de comédia ou sátira a película que conta a tragédia pessoal de Ruth (Laura Dern), viciada em tinta spray. Ela tem uns 30 anos, vive perambulando pelas ruas até ser presa depois de uma overdose.
Na prisão, o promotor acusa Ruth de atentar contra a vida do feto ao drogar-se. Recomenda que ela aborte. Mas Ruth é visitada na prisão por membros de uma organização cristã antiaborto.
A Pró-Vida resolve adotar a moça, com o único intuito de convencê-la a não abortar.
O resto do filme é o embate -de certo modo cômico- entre as duas organizações que disputam os supostos direitos civis de Ruth (e do feto). Manipulada entre uma e outra ideologia que ignora, Ruth vai virando uma palhaça patética.
Mas a tentativa de doutrinação sofre uma reviravolta quando a Pró-Vida oferece dinheiro para que Ruth não aborte.

Vídeo: Ruth em Questão
Produção: EUA, 1996, 104 min.
Direção: Alexander Payne
Com: Laura Dern, Burt Reynolds
Lançamento: Lumiére (tel. 7295-7020)

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