São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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Wray faz turnê pelos EUA

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA,

em San Francisco
O início de semana levou uma multidão vestida de couro preto à porta do Bimbo's Club em San Francisco. É que na última segunda-feira, os boêmios metaleiros com idade média de 30 anos foram reverenciar o veterano Link Wray, 68.
O músico que lançou o estilo de guitarras distorcidas em "Rumble" no final dos anos 50 está voltando aos palcos após uma ausência de 20 anos.
A banda Dieselhead, que teve origem em San Francisco há três anos -e cujos integrantes poderiam ser seus netos-, o acompanha na turnê por 20 cidades dos Estados Unidos.
Wray conta que a carreira de cantor country, cultivada por ele durante a década de 50, teve de ser interrompida após a Guerra da Coréia. "A tuberculose me roubou um pulmão", lembra ele. "Não pude mais cantar".
Voltando a Houston (Texas) após a guerra, ele começou a usar a guitarra como grito de protesto para substituir a voz enfraquecida. Seu estilo serviu de fundamento para o heavy metal após o disco "Rumble".
"Na época proibiram meu álbum em New York e Boston", conta ele. "Mas as pessoas queriam mais". Seu hit seguinte, "Jack the Ripper", vendeu um milhão de cópias em 1963. A música aparece no filme "Johnny Suede", de Tom DiCillo, que lançou Brad Pitt.
Outro fã do som furioso do guitarrista é o diretor Quentin Tarantino, que usou trechos de suas musicas em "Pulp Fiction - Tempo de Violência".
"Tenho 68 anos na certidão de nascimento, sim", diz ele. "Mas minha música só tem uns 18 anos".
Wray mudou-se para a Dinamarca, onde vive com a mulher Olive e o filho Olivier, de 14 anos. Seu novo CD, "Shadowman", foi lançado na Inglaterra pelo selo Ace Records e será distribuído em breve nos EUA.
Segundo o baixista Atom Ellis, da Dieselhead, a vitalidade musical de Wray o surpreendeu no palco. "Estudei seus discos para aprender a tocar nota por nota, mas ele quer que eu improvise para soar mais autêntico", revela.

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