São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Globalização chega à cozinha

DO ENVIADO ESPECIAL

O uso de ervas, condimentos e especiarias na gastronomia brasileira, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, está quebrando os parâmetros uniformes de paladar.
A opinião é do "chef" Laurent Suaudeau, presidente da Abag (Associação Brasileira da Alta Gastronomia).
Segundo Suaudeau, enquanto os brasileiros estão descobrindo ervas, condimentos e especiarias importadas e nacionais, cozinheiros franceses estão começando a utilizar temperos brasileiros para diferenciar seus pratos.
"É uma questão cultural. Temperos à base de certas ervas e especiarias são guardados a sete chaves em alguns países orientais. São receitas que passam de pai para filho", diz Suaudeau.
No Norte e no Nordeste do Brasil, segundo ele, também há uma tradição com o uso de temperos.
Na opinião do presidente da Abag, o problema que os restaurantes enfrentam é a falta de produtores de ervas, especiarias e condimentos no Brasil.
"Não defendo a tese de que se deva trazer uma determinada alface da Europa, mas sim que devemos importar a tecnologia para desenvolver uma alface semelhante aqui no Brasil. Essa mesma receita serve para ervas, especiarias e condimentos", diz.
Sergio Arno, "chef" do restaurante La Vecchia Cucina, de São Paulo, diz que sempre foi adepto ao uso de ervas, mas ressalta que as pessoas devem saber como usá-las para não acabar 'matando' o prato. "Tem que dosar bem para a erva não sobressair", afirma Arno.
Segundo ele, há uma série de livros de culinária que ensina o uso correto de ervas, especiarias e condimentos disponíveis no país.

Texto Anterior: Como usar ervas, condimentos e especiarias
Próximo Texto: Importação traz prejuízos aos produtores de leite
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.