São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Professor de medicina da USP é assassinado

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O médico Milton Jacob Bechara, 38, foi assassinado com um tiro no rosto dentro de seu Vectra, na madrugada de domingo. O crime ocorreu na rua Prestes João, ao lado do clube Monte Líbano, no Ibirapuera (zona sudoeste de SP).
Bechara era cirurgião cardiovascular e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele participou da elaboração do programa de saúde dos então candidatos Fernando Henrique e Mário Covas (leia abaixo).
A polícia tem duas hipóteses para o crime: assalto ou briga de trânsito. Bechara foi enterrado ontem de manhã no cemitério do Araçá (região central de SP).
A testemunha
Duas pessoas presenciaram o assassinato de Bechara: o securitário Luciano Marquesini, 22, e o empresário Maurício Ferreira, 25.
Eles disseram que estavam em um Palio atrás do Vectra de Bechara. Segundo eles, na rua Prestes João, uma Parati preta, com quatro homens, ultrapassou o Palio e encostou ao lado do Vectra.
Um dos passageiros da Parati teria gritado: "Pare o carro, senão eu atiro". Como Bechara tentou prosseguir, o homem atirou, acertando o rosto de Bechara.
Ele foi levado por Marquesini e Ferreira ao hospital Professor Edmundo Vasconcelos, onde morreu às 2h45 de domingo.
O crime
Os homens que estavam na Parati fugiram logo depois dos disparos, sem roubar nada de Bechara.
Marquesini e Ferreira encontraram com o médico cerca de R$ 2.000 em dinheiro, que foi entregue à sua família.
Segundo o médico aposentado Eduardo Elias Latuf, tio de Bechara, no momento do crime, o médico estava voltando de seu consultório, no Paraíso (zona sudoeste de SP), onde havia atendido um paciente.
Ele estaria voltando para sua casa, nos Jardins (também na zona sudoeste), onde morava sozinho, quando foi assassinado.
A investigação
Para a polícia, a hipótese mais provável para o crime é uma tentativa de assalto.
O delegado Jurandir Sant'Anna, diretor da Divisão de Homicídios, afirmou que esse tipo de ação é comum em assaltos praticados na madrugada.
"Acho mais possível um assalto do que uma briga de trânsito. É difícil uma pessoa tão esclarecida se envolver em uma discussão de trânsito, principalmente na madrugada", afirmou Sant'Anna.
As duas testemunhas do assassinato devem ser ouvidas hoje na Divisão de Homicídios. A partir do depoimento, a polícia vai tentar fazer um retrato falado dos supostos assassinos do médico.

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