São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997 |
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Sem-teto prometem resistir a despejo Casarão no centro será desocupado MARCELO OLIVEIRA
O despejo foi anunciado ontem, às 9h, por um ofício da secretaria dirigido aos líderes da invasão, iniciada em 13 de junho. Segundo Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, um dos coordenadores da ULC (Unificação das Lutas de Cortiços), a decisão de resistir à reintegração de posse partiu dos próprios invasores. "A possibilidade de uma desocupação já havia sido discutida em várias assembléias com os moradores. Em todas, eles optaram pela resistência. Estamos apenas ratificando a decisão das assembléias." Apesar do fato de que o despejo não era do conhecimento de todos os invasores até a tarde de ontem, Gegê não acreditava que a invasão se esvaziasse por meio de uma eventual "fuga" dos ocupantes. "Ninguém vai sair, porque é desejo deles ficar." Ontem, os líderes da ULC e Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), faziam contatos com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Igreja Católica, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e políticos de partidos de oposição, pedindo o apoio deles para dialogar com a polícia. Segundo Bonfim, uma desocupação forçada do prédio será de extremo risco. "As entradas são poucas e pode haver conflito." O despejo dos invasores já estava previsto desde 20 de junho, quando a Secretaria da Fazenda obteve, na 5ª Vara da Fazenda Pública, a liminar da reintegração de posse. Segundo a ULC, a disposição dos invasores é de negociar até o fim. Ontem à tarde, seriam enviados fax para a Secretaria da Casa Civil e para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), comunicando a decisão. Segundo o ofício da Secretaria da Fazenda, as negociações entre a ULC, a CDHU e a Secretaria da Casa Civil foram encerradas. A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda disse ontem que torce para que a desocupação do imóvel ocorra em ordem hoje. Segundo a secretaria, a reintegração de posse foi adiada após pedidos dos invasores. Texto Anterior: Onze cidades já adotam lista única Próximo Texto: Invasores prometem resistir a despejo Índice |
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