São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após iminência de suspensão time 'surpreende' no Brasileiro

FLÁVIO ARANTES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Oitavo colocado no Campeonato Brasileiro, ao lado de equipes que realizaram investimentos altos para disputar a competição, como Santos e Vitória, o Atlético-PR mostra que conseguiu superar com agilidade as dificuldades e improvisos que enfrentou para participar do torneio.
Após sete rodadas, o time tem três vitórias, um empate e três derrotas. No desempate pelo saldo de gols, é superado pelo Santos.
O time curitibano, que perdeu para o rival Paraná Clube por 4 a 2, anteontem, só teve sua participação na disputa definida no dia 20 de junho, 16 dias antes do início do campeonato.
Por causa do suposto envolvimento do ex-presidente do clube Mario Celso Petraglia no escândalo da arbitragem, o Atlético-PR esteve ameaçado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de ser suspenso do futebol por 360 dias.
Definida a participação, com base em artigo do CBDF (Código Brasileiro Disciplinar de Futebol) que diz que todo time previamente inscrito tem que participar da competição, o técnico Abel Braga só foi contratado no dia 27 de junho, a dez dias da estréia da equipe contra o União São João (SP).
O clube vendeu seus dois principais jogadores, os atacantes Paulo Rink, para o Bayer Leverkusen (Alemanha), e Oséas, para o Palmeiras. O meia polonês Piekarski, outro destaque do time, foi emprestado ao Flamengo.
A contratação de jogadores para o Brasileiro não terminou. O clube ainda corre atrás de um zagueiro.
O Atlético-PR já fez 14 contratações que não custaram mais de R$ 800 mil. Só o passe de Oséas custou R$ 7 milhões ao Palmeiras.
Braga credita à humildade e disposição do grupo, que tem como base jogadores novos e contratados de clubes de menor expressão, o bom desempenho do time. "Eles trabalham muito, são excepcionais. Foram poucos os grupos com que eu trabalhei tão dedicados."
Antes de iniciar o trabalho, o técnico convocou o grupo para uma conversa. "Chamei todos, mostrei que não tínhamos mais aquela equipe estruturada do Brasileiro de 96 e que para o time despontar era preciso muito trabalho."
Time compacto
No campo, Braga diz acreditar que o pouco entrosamento está sendo superado graças à definição clara da função de cada jogador.
Nos primeiros jogos, o treinador afirma que o Atlético-PR jogou com mais ofensividade. "Da mesma maneira que fizemos muitos gols, também levamos muitos." Até agora, a equipe marcou 14 e levou 15 gols.
Para as próximas partidas, o técnico pretende estabelecer uma equipe mais compacta, tendo sempre um jogador a mais para garantir o socorro no meio-campo.
Se não levar o título, ainda assim o treinador não vai esquecer a experiência no Atlético-PR.
"Foi tudo muito rápido. Nunca cheguei para dirigir uma equipe com tão pouco tempo para definir o time."
(FA)

Texto Anterior: Novo campo cumprirá exigências da Fifa
Próximo Texto: Capitão faz aposta na união do grupo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.