São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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A trilha sonora de Marte

LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Os mais ufanistas que atirem o primeiro pandeiro, mas tocar o samba "Coisinha do Pai" em Marte, para despertar o robozinho Sojourner, é uma das maiores injustiças interplanetárias de que se tem notícia, daquelas de deixar até o agente Fox Mulder desolado.
Mais do que ecoar as vozes de Elba Ramalho e Jair Rodrigues em solo marciano, estes tempos recentes de exploração espacial mereciam uma trilha sonora menos..., mais... roqueira.
Afinal, ao longo dos anos o rock se mostrou o ritmo musical que mais tem se aproximado da tese de que nós não estamos sozinhos.
Dois grandes e frescos exemplos estão destacados nesta página. A banda Radiohead fez do seu CD "OK Computer" uma obra-prima lírica que não é deste mundo.
Corroborando o elo com nossos vizinhos de galáxia, está lá a bela "Subterranean Homesick Alien".
Canta Thom Yorke: "Gostaria que esses alienígenas que pairam sobre nós descessem tarde da noite numa estrada, enquanto eu estivesse dirigindo. Levassem-me a bordo da linda nave deles e me mostrassem o mundo que eu gostaria de ver. Contaria a todos os meus amigos, mas eles nunca acreditariam. Mostraria a eles as estrelas e o significado da vida".
O Spiritualized anuncia logo na abertura de seu CD: "Senhoras e senhores, estamos flutuando no espaço". A frase é o título do álbum e também da canção que abre o disco, provavelmente o primeiro lugar nas paradas venusianas.
O clima etéreo do mais novo disco da banda de Jason Pierce, que nos créditos do CD se auto-intitula J. Spaceman, leva o ouvinte a uma viagem sonora sem escalas aos confins do universo.
Se o Sojourner acordasse ao som de qualquer canção desses dois CDs, o contato com os marcianos seria mais imediato.
(LR)

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