São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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Comércio já sente retração nas vendas

Faturamento pode ter caído 10%

DA REPORTAGEM LOCAL

O fim da indexação salarial, o endividamento da população e a maior cautela no crediário, devido à inadimplência, estão derrubando as vendas do comércio.
A expectativa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo é que em julho o faturamento das lojas tenha caído 10% na comparação com igual período de 96.
O comércio de eletroeletrônicos é o que tem puxado essa queda no faturamento.
Com o Plano Real, o consumidor ficou animado com as compras desses produtos e se endividou a ponto de não poder arcar com as prestações -o que começou a ser verificado mais acentuadamente neste ano.
A partir do segundo trimestre, o que se constatou foi um esgotamento da capacidade de endividamento do consumidor, que teve impacto direto nas vendas das indústrias.
Os fabricantes de eletroeletrônicos -sobretudo de televisores- acreditavam, por exemplo, que o mercado de TVs poderia chegar a 9 milhões de unidades neste ano -até um pouco maior do que o do ano passado (8,5 milhões de unidades).
Com a frustração no ritmo de consumo, foram forçados a dar férias coletivas e até demitir. Mesmo depois dessas duas medidas, os estoques ainda continuam elevados.
Outro fator que provocou retração nas vendas foi a perda do poder de compra do consumidor, principalmente de baixa renda.
A pesquisa mostra que maio foi o quinto mês consecutivo de queda do rendimento máximo desse segmento (ganho até R$ 151 mensais).
Levando em conta apenas os assalariados, o rendimento máximo dos 10% mais pobres é de R$ 222 mensais.

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