São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Tuma se reúne com líder que prendeu quando era policial

DO ENVIADO ESPECIAL

A 1ª Reunião Latino-Americana de Partidos Liberais gerou um encontro inusitado.
O hoje presidente do Partido Liberal Radical Autêntico, do Paraguai, Domingo Laino, sentou-se à mesa com o policial que o prendeu, a pedido do regime militar de seu país, quando veio ao Brasil para uma palestra, em 1978. Esse policial era o hoje senador Romeu Tuma (PFL-SP).
Segundo Laino, que só revelou o fato depois que Tuma deixou o encontro, não houve constrangimento: "O superpolicial Tuma, hoje senador e meu amigo, creio que é bastante sério".
Laino, 62, é apontado como forte candidato à Presidência do Paraguai nas eleições de 98. Após o fim do regime militar em seu país, foi deputado e senador.
Segundo Laino, sua prisão no Brasil foi "apenas mais uma" das diversas que sofreu desde 1946, quando começou a militar na Juventude Liberal. "Eu vim a São Paulo para lançar meu livro "Fronteiras e Penetração Brasileira"', lembra ele, "fui preso e passei a madrugada no Dops".
Laino acredita que o fato de o então presidente João Figueiredo estar em Assunção no dia de sua prisão no Brasil tenha facilitado sua libertação. "Ficou mal para o Figueiredo a minha prisão, então me soltaram." O hoje líder liberal compareceu ao lançamento do livro, mas Tuma o proibiu de falar. "Foi engraçado, não pude abrir a boca."
Laino está à frente de uma coalizão de partidos que se opõe ao partido Colorado, que detém o poder no Paraguai há cerca de 50 anos. "Vamos derrotá-los na próxima eleição", disse.

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