São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Oposição recua e pode manter relator do impeachment em SC

Deputado votou contra o próprio relatório

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Os deputados que fazem oposição ao governador catarinense, Paulo Afonso Vieira (PMDB), recuaram e já admitem a permanência de Jaime Mantelli (PDT) na relatoria do processo de impeachment que tramita na Assembléia.
A situação do relator só será definida na próxima segunda-feira e, caso a manutenção de Mantelli seja confirmada, será uma vitória política do governador.
Na última quarta-feira, a oposição tentou sem sucesso remover o deputado da relatoria da comissão especial da Assembléia que encaminha o processo por crime de responsabilidade contra o governador Vieira.
A permanência de Mantelli foi defendida pelos dois deputados que apóiam o governador na comissão.
"Estamos buscando o entendimento dentro da comissão, e a tendência, dentro deste consenso, é a continuidade do relator", disse o presidente da comissão, Norberto Stroisch (PFL), que faz oposição a Vieira.
A saída de Mantelli era defendida pela oposição porque ele votou pela absolvição do vice-governador, José Augusto Hulse (PMDB), na primeira fase do processo, contrariando o seu próprio parecer.
O deputado também tem bom relacionamento com Vieira e defendeu, inclusive, a volta do PDT ao governo. Apesar disso, garante que apoiará o impeachment.
"Se o relatório de Mantelli não for o que esperamos, vamos brigar para mudar o texto", disse Stroisch. Mantelli não foi localizado ontem pela Agência Folha.
"A substituição do relator ficou muito complicada. Meu medo é estarmos caminhando para uma grande pizza", disse o deputado Carlito Merss (PT).
Supremo
Anteontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido da Assembléia catarinense de reconsideração da liminar concedida no início de julho pelos juízes, em favor de uma ação impetrada pelo governador.
A liminar possibilitou a permanência de Vieira no cargo mesmo após a primeira votação contra ele na Assembléia.
Para o STF, essa medida da Assembléia apenas abriu o processo de impeachment. O afastamento deverá decidido em nova votação.

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