São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Maluf afirma que adversários 'inventam'

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) disse ontem que as supostas irregularidades na compra de frango durante a sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo (1993-1996) são "mera invenção" de adversários políticos.
"Aqueles que não sabem cantar de galo, o que é o caso do PT e do Mário Covas, querem inventar o frango. É mera invenção. Foi tudo feito de acordo com a lei, provado e comprovadamente", afirmou.
Maluf fez essa declaração ontem, às 7h05, no Aeroporto Internacional de Guarulhos pouco depois de desembarcar, às 6h40, acompanhado de sua mulher, Sylvia Maluf, do vôo RG-761, da Varig, procedente de Londres.
Maluf também atribuiu aos adversários a ação de responsabilidade civil por improbidade administrativa do Ministério Público do Estado de São Paulo. A ação, contra ele, o atual prefeito Celso Pitta e o ex-coordenador da Dívida Pública Wagner Baptista Ramos foi encaminhada anteontem ao juiz Venício Antonio de Paula Salles, da 9ª Vara da Fazenda Pública.
Para Maluf, porém, tudo não passa de manobra política: "Se eu estivesse em último lugar nas pesquisas, ninguém estava mexendo comigo. Como estou em primeiro lugar, estão inventando tudo".
A última pesquisa Datafolha, publicada no dia 6 do mês passado, apontou Maluf na liderança, com 30% das intenções de voto, na disputa pela sucessão em São Paulo.
Citando o "caso fusca", os carros que deu de presente para os jogadores campeões do mundo em 1970, quando era prefeito de São Paulo, Maluf qualificou como invenção toda e qualquer acusação contra sua administração.
"No passado, inventaram o fusca, não era nada verdade, e agora inventam precatórios, inventam frangos", disse.
Na ação de responsabilidade civil, os promotores Saad Mazloum e Wallace Paiva Jr., da Promotoria de Justiça da Cidadania, pedem que Maluf, Pitta e Ramos sejam condenados à perda de função pública e suspensão de seus direitos políticos por até oito anos.
Maluf nega, porém, qualquer improbidade administrativa durante sua administração: "Tenho uma estabilidade emocional muito boa porque, graças a Deus, tenho a consciência tranquila sobre tudo o que fiz na Prefeitura de São Paulo".
Sem esclarecer a que cargo é candidato, Maluf afirmou repetidamente que seu nome estará na cédula em 98 e defendeu Pitta.
"Ele é meu amigo, é decente e trabalhador, está fazendo uma grande gestão e vai se inscrever na galeria dos grandes prefeitos de São Paulo", disse.

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