São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Primeiro 'emprego' foi criação de frango

LUÍS PEREZ
DA REDAÇÃO

Em depoimento inédito, concedido à Folha ainda quando era prefeito de São Paulo, em 24 de outubro de 1995, Paulo Maluf revelou que sua primeira atividade profissional na vida foi justamente a de criar frangos.
Disse que seu primeiro emprego foi quando completou 13 anos de idade. "Minha mãe me perguntou o que eu queria. Eu disse que queria uma criadeira de pintos", contou.
"Então nós fomos numa firma, a Skal, onde me recordo que compramos, naquela ocasião por 400 mil réis, uma criadeira para cem pintos."
Ele então comprava os pintos de um dia e os criava. "Vendia os frangos para a minha mãe mesmo, porque eu criava os frangos em casa. E depois eu tinha galinhas poedeiras da marca Le Ghorn brancas e vendia também os ovos para a minha mãe."
"Eu fabricava para a minha mãe os frangos para a cozinha. Porque naquela época não tinha frango morto, era tudo frango vivo. Você matava quando precisava."
Segundo Maluf, vendia para a mãe frangos vivos e ovos frescos. "A dúzia custava naquela ocasião 7.000 réis, equivalente a 35 centavos."
Ele ainda se lembrou de quanto tempo a ave demorava para ficar pronta para o abate: "O pintinho geralmente ficava pronto em 55 dias. Hoje, com as novas técnicas, são 42, 43 dias. Como na verdade tinha assim uma dúzia ou duas dúzias de frangos vivos, os frangos continuavam vivos e comendo, nem que estivessem no peso ideal".
Segundo ele, só se "matava fresco na hora que precisava. Se no dia seguinte o menu era galinha, contava quantas pessoas eram e matava".
Só um ano mais tarde, aos 14, começou como aprendiz na empresa do pai, a serraria Americana -"a maior da América Latina-", como aprendiz.
"Trabalhei na seção de vendas, conferindo cálculos nas notas fiscais para saber se não houve nenhum erro. Calculava notas fiscais, calculava faturas. Depois verificava se a duplicata estava em ordem", diz o ex-prefeito Maluf.

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