São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997 |
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Líder responde a 15 processos
ABNOR GONDIM
Encarregado de observar o comportamento da Polícia Militar durante a operação, o promotor disse que a líder da invasão foi a responsável pela reação dos sem-teto à operação policial que destruiu madeireiras, supermercados e o templo da Assembléia de Deus, erguido ao lado da casa de Marlene. O promotor disse que ela não é sem-teto, tem interesses eleitoreiros na área e é dona de apartamento e de loja na cidade-satélite de Taguatinga, a 25 km de Brasília. "Em 98, ela sairá candidata a algum cargo eletivo", disse o promotor. Com um telefone celular na mão, ela negou todas as acusações e disse que é autora de dez processos judiciais contra o governo do Distrito Federal. Marlene negou que tenha incitado os sem-teto, mas confirmou que fez reunião com eles para tentar discutir com os oficiais da PM os motivos da operação policial. "A minha casa é aqui, e a minha vida é dedicada à luta desse povo sofrido", disse ela. "Não penso em ser candidata a coisa nenhuma, mas queria que os políticos estivessem aqui para ver essa arbitrariedade." Madeireira Dois tratores da Novacap (companhia de urbanização de Brasília) destruíram o templo da Assembléia de Deus, erguido por Marlene, e o muro da casa da líder da invasão. Segundo os responsáveis pela operação, o templo foi destruído porque serviria para abrigar materiais de construção. A advogada Regina Zardin disse que Marlene já teve um comércio de material de construção perto do templo, mas teria abandonado essa atividade para se dedicar apenas à organização dos moradores. Na avaliação da advogada, 50 sem-teto foram detidos (a PM diz que foram 23). Ela diz que, entre eles, 30 foram agredidos pelos PMs. A advogada vai denunciar a "violação de direitos humanos" ao Ministério da Justiça e à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Texto Anterior: Policiais são presos por maltratar garoto Próximo Texto: Sé registra maior incidência de sarampo Índice |
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