São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Justiça condena três médicos por morte de estudante no PR

FLÁVIO ARANTES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Justiça do Paraná condenou três médicos à prisão pela morte do estudante Ugo Paolo Tempesta, 18, ocorrida em 30 de março de 1991, em Curitiba.
O médico Saint-Clair Bahls, professor da Universidade Federal do Paraná e membro das sociedades Paranaense e Brasileira de Psiquiatria, foi condenado a um ano e oito meses de prisão por homicídio culposo. As médicas Lilian Beatriz Andermann e Priscila Rosaly Peagle foram condenadas a um ano de prisão cada por co-autoria.
A condenação, em primeira instância, aconteceu em 1º de agosto. Os médicos vão aguardar o recurso em liberdade.
Segundo o advogado Beno Brandão, assistente da acusação, o estudante morreu depois de ser submetido a uma alta dosagem de remédios na Porto Seguro Clínica e Pensão Protegida.
Paolo tinha asma. Brandão afirmou que um parecer do legista Ernani Simas Alves constatou que a alta dosagem potencializou a doença. O atestado de óbito do estudante, no entanto, traz como "desconhecida" a causa da morte.
A Agência Folha tentou ouvir o presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina) do Paraná, Luiz Salim Emed, que está viajando e só volta na segunda-feira.
Para o advogado de defesa Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, o juiz Gilberto Rezende, autor da sentença que condenou os médicos, "desprezou tudo o que havia de prova técnica para dizer que os médicos trataram mal o garoto". Ele vai recorrer da sentença.
Coutinho afirmou que foi solicitado um parecer do legista da Unicamp (Universidade de Campinas) Fortunato Badan Palhares, que também não conseguiu determinar a causa da morte do estudante. O mesmo aconteceu com um conselho formado pelo Instituto Médico Legal de Curitiba.

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