São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Sé registra maior incidência de sarampo

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A região da Sé é a que registra a maior incidência de sarampo na cidade de São Paulo. O coeficiente de incidência da doença (número de casos por 100 mil habitantes) é de 91,93.
Segundo a diretora da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica, Clélia Maria Ananda, 39, a concentração tem algumas explicações. A mais provável é que a Sé seja uma das regiões mais adensadas da cidade.
"Milhões de pessoas circulam por dia nas redondezas, o que facilita a propagação. É preciso levar em conta que há muita gente que não foi vacinada e está mais suscetível", diz ela.
Já o bairro que tem mais casos confirmados da doença é Capão Redondo (zona sul), com 80 registros de pessoas infectadas. O coeficiente de incidência é de 36,06 e menor em relação à Sé porque o bairro é menos adensado.
O bairro Marsilac, também na zona sul e com perfil socioeconômico semelhante ao de Campo Limpo, não tem casos de sarampo.
O bairro pode ser comparado à região de Alto de Pinheiros (zona sudoeste da cidade), bairro de classe média-alta que também não apresenta nenhum caso registrado da doença.
"É difícil explicar exatamente por que os bairros têm mais ou menos incidência de sarampo. É o próprio curso da doença, que se prolifera rapidamente. Há várias razões para uma região ter mais casos que outra: adensamento demográfico, pessoas mais suscetíveis ou não vacinadas."
Segundo Clélia, não há focos de falha de vacinação na cidade. "Pode haver diferença entre municípios, mas não dentro do próprio município. O que acontece em São Paulo é a chegada de pessoas de outros Estados que não tenham sido vacinadas. Isso tudo contribui para concentrar casos em determinadas regiões."
No próximo dia 16, durante a campanha nacional de vacinação contra a pólio, o Estado de São Paulo aproveita para reforçar a proteção contra o sarampo.
O Centro de Vigilância Epidemiológica espera vacinar 2,9 milhões de crianças contra a doença nesse sábado. O reforço é realizado para tentar bloquear o crescimento da doença na cidade.
"Não é multivacinação. Nesse sábado vamos concentrar todos os esforços contra a pólio e o sarampo. Há todos os tipos de vacina, mas para outras doenças, as mães devem procurar os postos de saúde durante os dia de semana."
Segundo Clélia, a vacinação contra o sarampo é para todas as crianças até 5 anos. "Mesmo as crianças que já tomaram uma ou mais doses devem tomar um reforço. O objetivo dessa vacinação é atacar a doença no grupo que mais a propaga, o de crianças."

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