São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Vacina tenta conter avanço em crianças

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova campanha de vacinação contra o sarampo organizada no Estado de São Paulo pretende atacar os principais "transmissores" da doença, as crianças.
Segundo a diretora da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica, Clélia Maria Ananda, os adultos, maior grupo de infectados pela doença, contraem o sarampo principalmente por não terem sido vacinados.
"A vacina imuniza por toda a vida. São muito raros os casos de adultos que contraíram a doença depois de ter sido vacinados."
Segundo ela, as campanhas de vacina contra o sarampo começaram a ser realizadas em 1973. "Só nos anos 80 é que foram iniciadas grandes campanhas nacionais. Isso faz com que muitos adultos entre os 30 e 40 anos não tenham sido vacinados e estejam mais suscetíveis à doença", diz ela.
Para Clélia, como a doença estava controlada entre as crianças, o vírus circulava menos e os adultos tinham, por consequência, menos contato com ele.
"As campanhas de vacinação foram diminuindo nos últimos anos e, em 96, faltou vacina. Isso fez com que o vírus ganhasse espaço para circular e atacasse principalmente a população não-imunizada, os adultos." Segundo ela, mesmo durante campanhas de vacinação há crianças que deixam de receber a proteção. "E não podemos esquecer que o vírus nunca deixou de existir. Só estava sob controle."
Até agora foram registrados cinco mortes provocadas pelo sarampo em São Paulo, todas em crianças. Quatro ocorreram em crianças com menos de 1 ano de idade. A outra criança morta pelo sarampo tinha 4 anos.
Campanha para adultos
Segundo Clélia, a vigilância epidemiológica está vacinando adultos para tentar deter a epidemia. Mas a vacinação em adultos não é realizada em forma de campanha, nem em postos de saúde.
No caso dos adultos a vacina é aplicada por iniciativa da vigilância epidemiológica.
"A vigilância é que vai aos locais que considera de risco para imunizar os adultos. Há três anos, a cidade teve um surto de rubéola. As vítimas eram adultos. A vigilância ofereceu a imunização para locais considerados de risco."
(NR)

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