São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Livro ensina a evitar gafes nos negócios

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Preste atenção e ache o erro empresarial cometido na seguinte história:
Após uma longa e estressante negociação, uma empresa européia conseguiu autorização para construir um prédio residencial no Irã.
Prontos, os apartamentos do lado direito do prédio foram vendidos rapidamente. Os do lado esquerdo não tiveram compradores, mesmo com promoções de preço.
A causa do "fracasso" empresarial é difícil de ser identificada por um homem de negócios do mundo ocidental.
Mas é rapidamente "descoberta" por quem conhece a cultura iraniana: os apartamentos do lado esquerdo não foram vendidos porque tinham banheiros voltados para Meca, a cidade sagrada para os muçulmanos.
A história é narrada pela consultora Suzana Doblinski, no livro "Negócio Fechado - Guia empresarial de viagens", que será lançado na semana que vem no Rio.
O objetivo da autora é evitar que, em plena era da globalização, gafes "culturais" atrapalhem a negociação e a concretização de negócios internacionais.
O livro deve ser lido como um manual de boas maneiras nos negócios. E por negócios entenda-se desde a reunião propriamente dita, as confraternizações (almoços e jantares), o tratamento dispensado às mulheres e até o ritmo empresarial de cada país.
No total, Doblinski descreve as etiquetas empresariais em 29 países, incluindo a Europa, Oriente Médio, África, Ásia e América.
Os Estados Unidos são o principal referencial da autora -ela dispensa maior espaço para o país e é normal usá-lo como comparação quando descreve regras de outras culturas.
A maioria das dicas é bastante útil para executivos -ela lembra quando o almoço pode ser demorado (França e Itália, por exemplo) ou quando deve ser rápido (EUA).
Outras dicas pecam por serem prolixas. A autora gasta duas páginas discutindo sobre as dificuldades para dirigir na Inglaterra -o volante é do lado direito do carro.
Outra idéia não muito útil é o pequeno vocabulário de viagem, ao final dos capítulos sobre cada país. Nele, estão as frases básicas (meu nome é, muito prazer etc.). Mas nem todas "traduzem" como as palavras devem ser lidas. Com licença, em polonês, é "przepraszam". Você sabe como pronunciar? O livro não diz. Fica mais fácil comprar um pequeno dicionário no aeroporto.

Texto Anterior: BNDES empresta R$ 171 mi para a empresa Nova Dutra
Próximo Texto: Polícia apreende brinquedos sem licença
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.