São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Alta dos juros derruba Bolsa de Nova York

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A disparada das taxas de juro norte-americanas derrubou a Bolsa de Nova York, ontem.
O Dow Jones, índice que reúne as 30 ações industriais mais negociadas, fechou em baixa de 1,91%.
Os preços das ações em Nova York vêm quebrando recordes de alta consecutivos e correções para baixo são consideradas normais. Nesta sexta, especialmente, a alta dos juros foi o catalisador da queda.
A taxa de retorno do T-bond, o título público de 30 anos que é referência para o mercado mundial de juros, subiu de 6,53% para 6,64%. Há dez dias, a taxa estava em 6,29%.
O fator mais imediato para a alta dos juros foi o excesso de oferta de títulos públicos.
No leilão de papéis feito pelo Tesouro norte-americano na quinta-feira, as corretoras se apressaram em enxugar toda a oferta na expectativa de boa demanda.
No entanto, os fundos se desinteressaram e houve sobra de papéis.
Os preços dos títulos foram jogados lá embaixo e as taxas de remuneração, que se movem em sentido contrário, subiram.
Paralelamente ao excesso da oferta, o receio do avanço da inflação nos Estados Unidos também pressionou os juros para cima.
A forte queda do dólar em relação ao marco e ao iene colaborou para derrubar a Bolsa, embora o movimento, segundo analistas, não signifique o fim da escalada da moeda americana.
A Bolsa de Valores de São Paulo foi no embalo da Bolsa novaiorquina e fechou em queda de 1,57%.
A aproximação do vencimento de opções -no próximo dia 18- continua a trazer nervosismo e volatilidade à Bolsa. O volume negociado foi o mais baixo da semana -R$ 547,47 milhões.
Segundo analistas, os mais avessos ao risco têm ficado fora do negócio, que está sendo comandado pelas tesourarias dos bancos.
Nem mesmo o largo ágio pago pelos vencedores da licitação da banda B da telefonia celular para operar no Nordeste e no interior paulista empolgou o mercado.
As ações da Companhia Hering, holding do grupo catarinense, subiram 25,8%. Segundo a Folha apurou, a forte alta foi alavancada por rumores de que o grupo -com destaque para a Ceval- estaria sendo vendido para duas multinacionais. (VANESSA ADACHI)

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