São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Treinador barra Viola no Palmeiras

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma fase de ameaças, o técnico Luiz Felipe Scolari resolveu cortar Viola do grupo de atletas que vai enfrentar hoje, em Curitiba, o Paraná Clube, pelo Brasileiro-97.
O atacante, que fez parte da seleção brasileira no tetracampeonato mundial, já havia sido rebaixado à reserva do time.
Segundo o treinador e a diretoria do clube, o motivo do afastamento foi disciplinar. Viola não estaria cumprindo as regras estipuladas pelo Departamento de Futebol Profissional do Palmeiras.
Scolari, oficialmente, não revela os motivos da punição. O técnico, irritado, afirmou ontem, após o treino da equipe, que esse era um "problema interno".
A gota d'água da crise entre o técnico e o atacante, contratado por US$ 5,5 milhões em setembro do ano passado, aconteceu na última quarta-feira, após a partida contra o Vitória, em Salvador.
Além de não ter comemorado com muito entusiasmo o gol que deu a vitória ao Palmeiras -o zagueiro Élcio fez contra, ao interceptar cruzamento que iria para o atacante-, Viola teria deixado a concentração da equipe, com o zagueiro Júnior Tuchê, sem a permissão de Scolari. Coincidentemente, Tuchê também foi punido pela diretoria palmeirense.
"Ele precisa ter mais espírito de equipe", disse o treinador, após o treino de ontem.
Além de curtir a noite baiana sem permissão, na semana passada Viola teria cometido outras duas infrações. Chegou 25 minutos atrasado a um treino e embarcou no ônibus da delegação sem o uniforme oficial da equipe.
O atacante afirmou desconhecer os motivos que levaram o Palmeiras a puni-lo.
Viola disse que, se estivesse fazendo alguma coisa errada, deveria ter sido alertado pelo técnico e pela diretoria do Palmeiras.
"Está faltando diálogo aqui dentro", disse o atleta, mostrando sinais de insatisfação.
Scolari é conhecido no meio futebolístico por sua fama de "treinador durão".
Porta
Os problemas de Viola com o Luiz Felipe Scolari começaram no final da tarde do dia 20 de julho, um domingo, quando a equipe enfrentou o América-RN, no estádio do Parque Antarctica.
O atacante foi substituído no final do segundo tempo. Ao chegar no vestiário, Viola deu chutes nas portas do vestiário do Palmeiras.
Ao saber da atitude do atacante, Scolari não mediu críticas e chegou a fazer ameaças. "Quem não estiver satisfeito que pegue a sua viola e vá embora", ironizou.
"Quando o time vai viajar, todos os jogadores vão olhar na lousa pra ver se o seu nome está lá. Quando vi que o meu não estava, pedi pra três companheiros conferirem", disse Viola.
"Não acreditei. Isso nunca aconteceu comigo na minha carreira", completou.

LEIA MAIS - sobre o Campeonato Brasileiro nas págs. 3-12 e 3-13

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