São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997 |
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Correspondência será publicada
AMIR LABAKI
Alfredo só foi conhecer "Che" já depois do triunfo da revolução. Ambos participaram dos sigilosos encontros numa casa de praia em Tarará, a 20 km de Havana, entre fevereiro e março de 1959. Coordenado por Fidel, o grupo de poucos escolhidos discutiu e lançou as bases do novo regime. "Che dizia diante do inesperado e dos caminhos não percorridos: 'Tentemos, se errarmos, corrigimos"', lembra Guevara. "É uma lição que não quis que fosse esquecida. É o mais simples, mas o medo ao novo é um mal ancestral." Grande missivista, Alfredo correspondeu-se intensamente com ambos. A Folha reproduz abaixo trechos de duas cartas. Uma seleção das cartas de Alfredo Guevara será em breve publicada em livro em Cuba. A correspondência que manteve com Glauber estará também, nos próximos dias, nas livrarias brasileiras. A carta de Alfredo para Glauber é um documento histórico, selecionado pessoalmente por Guevara para esta publicação inédita. Trata-se da primeira carta que enviou como resposta ao jovem Glauber, saudando o aparecimento de "Barravento" (1961) e defendendo a integração do cinema da América Latina. Alfredo acabaria sendo o principal padrinho do cineasta brasileiro durante seu exílio cubano no início dos anos 70. Não menos curiosa é a carta de Che para Alfredo. Enviada pelo argentino durante a viagem de doze dias que fez ao Japão nos primeiros meses pós-revolucionários, dá conta dos esforços empreendidos para o estabelecimento de uma nova estrutura de produção cinematográfica em Havana. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: DE UM GUEVARA PARA OUTRO Índice |
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