São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997 |
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Filme conta caso vivido pelo autor
DA REPORTAGEM LOCAL Apesar do relançamento, em São Paulo, de uma nova cópia de "Jules e Jim", de François Truffaut, pouco se falou da vida do autor do romance que deu origem ao filme.O francês Henri-Pierre Roché (1879-1959) publicou "Jules e Jim" aos 74 anos, alguns anos antes de morrer. Trata-se de uma versão levemente romanceada de um caso vivido pelo próprio autor. Nessa história passada antes e depois da Primeira Guerra Mundial, Roché é o próprio bon vivant Jim (no filme, interpretado por Henri Serre). O escritor judeu alemão Franz Hessel serve de modelo para o personagem Jules (no filme, vivido por Oskar Werner). E a estudante de arte Helen Grund é a inspiradora da personagem Catherine (Jeanne Moreau). Como no filme, Roché e Hessel, que viviam em Paris, compartilharam várias namoradas antes de Helen aparecer entre os dois. Quando isso ocorre, Hessel e Helen vivem um romance, que evolui para casamento. Vem a Primeira Guerra, Roché vai para os EUA e Hessel luta pela Alemanha no front russo (um detalhe mudado no filme, por Truffaut, que coloca os dois amigos com medo de se enfrentarem no campo de batalha). Após a guerra, o casamento de Hessel e Helen começa a desandar -e então, Roché vai visitá-los na Alemanha (exatamente como no romance e no filme). Tem início aí, então, uma agitada vida a três. Em 1925, Hessel e Helen voltam a Paris. Roché chega a se casar com uma antiga namorada, mas continua a se encontrar com Helen. Em 1930, o casal está de novo na Alemanha, e Hessel escreve a Roché convidando-o a dividir a cama com Helen. Roché não aceita. Diferentemente do livro e do filme, quem morre é Hessel, num campo de concentração, em 1941. Texto Anterior: Estudo vê as formas de amor a três Próximo Texto: Escritores 'canibalizaram' atriz Índice |
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