São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Três morrem em protestos no Quênia

Oposição convoca ato antigovernista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Três pessoas, entre elas dois policiais, foram mortas em Nairóbi (capital do Quênia) em distúrbios ocorridos em meio a uma greve geral convocada pela oposição.
Os adversários do presidente Daniel Arap Moi, no poder desde 1978, exigem reformas constitucionais antes das eleições marcadas para este ano.
Cerca de mil manifestantes compareceram a comício da oposição realizado em um parque da cidade.
Durante a manifestação, grupos de jovens espancaram diversas pessoas acusadas de serem policiais à paisana.
Um dos espancados foi declarado morto ao chegar a hospital. Autoridades disseram mais tarde que era um policial que passava pelo comício e foi morto.
Ao final dos discursos, grupos de manifestantes se reuniram no centro da cidade para depredar lojas e carros e pedir pela saída do presidente queniano do poder.
As forças de segurança atiraram para alto para dispersar os grupos.
Houve choques em diversas outras cidades do país. Em Kiambu, cidade vizinha de Nairóbi, um policial e um manifestante foram mortos.
Apesar da greve geral convocada pela oposição, serviços públicos e empresas trabalharam normalmente. Os controladores de tráfego aéreo suspenderam uma operação tartaruga. Mombasa, a segunda maior cidade do país, esteve calma ontem.
O governo declarou a greve ilegal. A imprensa e muitos trabalhadores deixaram de aderir, temendo represálias.
Os incidentes de ontem foram os piores desde 7 de julho, quando ao menos nove pessoas morreram em ação de repressão a protesto antigovernista.
Uma coalizão reformista lançou a greve para obter reformas constitucionais e revogar algumas leis repressivas antes das eleições.
O presidente queniano quer outro mandato, enquanto a oposição luta por reformas no sistema eleitoral, considerado fraudulento. Moi diz que as reformas devem ser efetuadas após as eleições.

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