São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997 |
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Gong Li está na nova 'Videoteca' em 'Adeus, Minha Concubina'
DENISE MOTA
Baseado em romance de Lilian Lee, o longa, que concorreu aos Oscars de filme estrangeiro e fotografia, ganhou o Globo de Ouro e a Palma de Ouro, em 1993. Logo nas primeiras cenas, Kaige -que teve filmes censurados em seu próprio país- apresenta ao espectador a realidade de um mundo em que algo soa deturpado: o da arte a serviço do totalitarismo. É Pequim, em 1924, que passa pela chamada "Era do Grande Guerreiro". Nesse ambiente, artistas mirins, abandonados pela família, como os garotos Dieyi e Xiaolou, são treinados para divertir o povo sob uma disciplina nem um pouco engraçada, que inclui castigos corporais aos infratores de regras baseadas em máximas como "o céu não quer soldados ineptos". Em 1937, às vésperas da guerra da China contra o Japão, os dois garotos são atores agora consagrados, graças à ópera "Adeus, Minha Concubina". O espetáculo descreve o drama da concubina Yu, que se mata por amor ao rei, seu amante. Realidade e fantasia evidenciam seus tênues limites na relação dos atores quando a prostituta Juxian (Gong Li) se interpõe na amizade idílica dos dois artistas, ao casar com Xiaolou. Começam os tempos de repressão com a rendição japonesa, em 45, e a entrada do Exército Popular de Libertação em Pequim, em 49. Dieyi e Xiaolou seguem caminhos distintos, mas não abandonam a tensão de se saberem unidos por um passado comum. Em meio a um crescendo de agitação política, a desilusão pessoal se junta ao desencanto artístico quando a Ópera de Pequim é substituída por espetáculos modernos, com o início da Revolução Cultural, em 1966. É quando começam, para Xiaolou e Dieyi, os tempos de traição. Filme: Adeus, Minha Concubina Produção: China, 1993, 158 min. Direção: Chen Kaige Com: Gong Li, Leslie Cheung Texto Anterior: Descobrimento é tema do "História do Brasil" de amanhã Próximo Texto: Lima Barreto é o próximo lançamento da 'Biblioteca Folha' Índice |
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