São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Legião estrangeira incomoda Zagallo

Seleção abre excursão na Ásia contra sul-coreanos

ARNALDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

Dificuldade para obter a liberação de jogadores. Viagens desgastantes. Fusos horários diferentes. Calendário distinto do brasileiro. Desentrosamento.
Os efeitos do êxodo dos jogadores da seleção para o exterior já incomodam o técnico Zagallo.
Ele está farto de todos esses problemas e teme que eles prejudiquem a preparação da equipe para a Copa do Mundo da França, no ano que vem.
Com sete jogadores "estrangeiros" no time titular -Cafu, Aldair, Roberto Carlos, Dunga, Flávio Conceição, Leonardo e Ronaldinho-, a seleção enfrenta a Coréia do Sul, hoje, às 7h (horário de Brasília), em Seul.
O restante chegou, de várias partes do mundo, em pequenos grupos na Coréia, impedindo que o técnico fizesse treinos adequados.
"Isso irá influir no desempenho dos jogadores e, consequentemente, no jogo", disse.
"Cheguei aqui na terça-feira e Ronaldinho, Aldair e Cafu só desembarcaram na sexta. Como é que pode?", questionou.
Debandada
Zagallo começou a se preocupar realmente com o excesso de estrangeiros ao final da Copa América, quando seis jogadores que estavam atuando no Brasil acertaram contratos com clubes de fora.
São os casos de Djalminha, Paulo Nunes, Edmundo, Célio Silva, Márcio Santos e Romário.
Denílson, com propostas de clubes italianos e espanhóis, deve ser o próximo a deixar o país.
"É a mesma coisa de sempre. Basta vestir a camisa verde-amarela uma vez que as portas se abrem", afirmou Zagallo.
O técnico se conforma em poder reunir o grupo ideal de jogadores de todas as partes do mundo a 20 dias do começo da Copa.
"Isso é o mínimo para se preparar uma equipe para uma competição", disse. Para os próximos amistosos da seleção, a previsão de Zagallo é sombria.
Alguns estrangeiros considerados fundamentais estão estourando o limite de convocações (leia texto abaixo).
Resultado: principalmente quando os jogos forem no Brasil, Zagallo não deverá chamar muitos atletas de fora.
"Como eu poderia convocar o Dunga, por exemplo, para um amistoso no Brasil? Até ele chegar do Japão, o jogo já teria acabado."

LEIA MAIS sobre o jogo de hoje da seleção brasileira na pág. 4-3

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