São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Monet deixa país depois de ser visto por 820 mil

Hoje a mostra pode ser visitada de graça no Masp

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REDAÇÃO

Primeiro as 23 pinturas de Claude Monet (1840-1926) foram vistas por 432 mil pessoas no Rio de Janeiro.
No Museu de Arte de São Paulo, as obras se depararam com cerca de 390 mil visitantes, recorde absoluto de público do museu, que encerra a exposição hoje, com entrada franca.
Entre os cerca de 820 mil personagens da "monetmania", muito poucos acompanharam a exposição tão de perto como Cláudio Luiz da Silva.
Durante 65 dias, o segurança montou guarda em frente à tela "A Canoa Sobre o Epte", do mestre do impressionismo francês.
Silva, que nunca frequentou museus e costumava trabalhar na segurança de shopping centers, diz que está triste.
"Vou sentir muitas saudades da exposição", diz o segurança.
Muitos não precisaram de tanto tempo para se apaixonarem pelas pinturas do artista.
Izaura Mazzinni, 66, que visitava o museu na última sexta-feira pela primeira vez, exclamava em frente a uma das pinturas de ninféias (plantas aquáticas): "É maravilhoso. A tela parece ter sido feita com diversas camadas de seda, tão leves que parece que vão voar".
A psicóloga Maria Balé, que "enfrentou três conduções" para visitar a exposição pela segunda vez, diz: "Eu ia me sentir culpada com a vida se não tivesse vindo".
No entanto, nem todos enxergam só flores nesse jardim de Giverny -local onde Monet criou a maior parte das 23 pinturas em exposição, 21 delas pertencentes ao museu Marmottan, em Paris.
A estudante Fernanda da Graça, que visitava a mostra ao lado de seus colegas de segundo colegial do Colégio Dante Alighieri, sintetizou o pensamento de uma boa parcela dos visitantes: "É só borrão".
Ao seu lado, Armando Laudorio, do terceiro colegial, tentava explicar: "Você tem que refletir consigo mesmo para apreciar".
Michelangelo
A próxima grande exposição do Masp, que comemora 50 anos em 1997, é de desenhos do escultor, pintor e arquiteto italiano Michelangelo Buonarronti (1745-1564), que começa no dia 10 de setembro.

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